Re x Pa vira patrimônio cultural imaterial do Pará

Governador Simão Jatene sanciona lei que confere ao clássico do futebol paraense um status que faz jus à paixão dos torcedores de Remo e Paysandu

qui, 05/05/2016 - 09:10

Mais um capítulo foi escrito na centenária história do maior clássico do futebol da Amazônia. O Re x Pa, como ficaram conhecidos os jogos entre Clube do Remo e Paysandu Sport Clube, ganhou o título de patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, pela Lei 8.358, de 2 de maio de 2016, sancionada pelo governador Simão Jatene e publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (4), a partir de projeto de lei do deputado Soldado Tércio (PROS). As informações são da Agência Pará.

Agora, o jogo entre Remo e Paysandu entrou para a lista de manifestações culturais enraizadas no cotidiano dos paraenses, ao lado do carimbó, Círio de Nazaré e Festividade do Glorioso São Sebastião, realizada no Arquipélago do Marajó. Vinculado ao seu território e às condições materiais de existência, o patrimônio imaterial é transmitido de geração em geração e, constantemente, recriado e apropriado por indivíduos e grupos sociais como importantes elementos de sua identidade.

Para André Cavalcante, presidente do Clube do Remo, o Pará tem três grandes marcas: o Remo, o Paysandu e o Re x Pa. “Nós, do Remo, ficamos felizes. Vai legitimar a importância do evento. E o Remo fazer parte desta história é gratificante”, declarou. Já Alberto Maia, presidente do Paysandu, acredita que o reconhecimento ratifica a importância dos dois maiores times do futebol paraense para o Brasil e o mundo.

Remo (o Leão Azul) e Paysandu (o Papão da Curuzu) já disputaram 737 partidas - o clássico mais jogado do Brasil. São 256 vitórias e 937 gols azulinos; 250 empates, e 231 vitórias e 936 gols do Paysandu.  

A primeira partida foi realizada no dia 14 de junho de 1914, pelo Campeonato Paraense, no estádio da firma Ferreira & Comarca, atual Curuzu, em Belém. O jogo, assistido por dois mil torcedores, terminou com o placar de 2 a  1 para o Remo. A história do futebol paraense registra que o clássico também já foi disputado três vezes em Paramaribo, capital do Suriname.

A maior goleada do Paysandu sobre o rival ocorreu no dia 22 de julho de 1945, com o placar de 7 a 0. Já a goleada do Leão foi de 7 a 2, em 5 de março de 1939. O Clube do Remo detém a marca de 33 jogos sem perder para o Paysandu, e um tabu histórico de cinco anos invicto.

A sanção da Lei 8.358 integra os festejos pelo aniversário de 14 anos da reinauguração do estádio Mangueirão, ocorrido em 1º de maio de 2002, com o nome de Estádio Olímpico do Pará Edgar Proença, o Mangueirão, palco do último jogo entre Remo e Paysandu, no dia 23 de abril, valendo pela semifinal da Copa Verde. O Paysandu venceu o rival por 4 a 2, diante de um público de 24.167 torcedores.

Como parte da programação comemorativa, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) e a Universidade Federal do Pará (UFPA) lançaram na última segunda-feira (2) o projeto Centro de Visitação Estádio Olímpico Edgar Proença. A ação, que torna oficialmente o Mangueirão em ponto turístico da capital paraense, é o primeiro passo para a criação de um museu do futebol no Pará.

Os interessados em visitar o Mangueirão devem enviar solicitação à direção do estádio, pelo telefone (91) 3131-2852 ou e-mail ascomseel22@gmail.com.

Com informações da Ascom/Seel.

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