Troca de goleiros não gera desconforto de Náutico e Santa

Diretor de futebol do Náutico, Eduardo Henriques, afirma que vê a situação como normal e elogia tanto o novo goleiro alvirrubro Tiago Cardoso, quanto Júlio César que pode ir para o Santa Cruz

por Rodrigo Malveira ter, 20/12/2016 - 12:44
Arte Destaques de Náutico e Santa Cruz, Júlio e Tiago eram referenciais dentro das equipes Arte

O acerto do Náutico com o goleiro Tiago Cardoso e o interesse declarado do Santa Cruz em Júlio César promoverá uma situação até certo ponto inédita em Pernambuco. Se a saída de jogadores para o rival de uma temporada para a outra não é tão incomum, a troca bilateral de atletas entre os rivais é uma novidade, ainda mais pelos dois terem sido vistos como pontos de referência dentro dos seus respectivos grupos durante os últimos anos. 

A idolatria conquistada no rival pode até ser considerada como uma barreira, porém por outro lado a proximidade com o atleta adversário também contribui com a melhor análise do desempenho do jogador e do seu comportamento dentro e fora de campo. Após anunciar a contratação de Tiago Cardoso, o diretor de futebol do Náutico Eduardo Henriques acredita que o nome do novo camisa 1 do Timbu não deve ter grandes problemas para conquistar a confiança da torcida alvirrubra. “Não acredito que vai haver rejeição ao Tiago por conta dele ter jogado no Santa Cruz. Essas trocas no futebol são coisas normais. Sempre aconteceram e sempre vão acontecer. Quantas e quantas vezes não vimos atletas do Náutico indo para Santa ou Sport, ou atletas do Santa vindo para o Náutico e Sport. É normal”, declarou o dirigente ao Portal LeiaJá.

Nos últimos anos algumas das trocas mais famosas entre Santa Cruz e Náutico ocorreram com o atacante Kuki, em 2007, quando deixou o Timbu para defender o time coral; o zagueiro William Alves, em 2013, que trocou o Arruda pelos Aflitos; e o volante Edson Miolo, que em 2010 saiu do alvirrubro diretamente para a equipe tricolor. Outro caso, um pouco mais antigo, mas também envolvendo um goleiro, é citado por Eduardo Henriques, para exemplificar que apesar da situação de saída de um rival para o outro, o atleta pode conquistar a idolatria em ambos. “Em 2004, tivemos o caso do Nilson aqui, que também era goleiro. Ele saiu do Santa Cruz e veio para o Náutico e aqui conquistou o título do Campeonato Pernambucano e tornou-se ídolo. Então qualquer rejeição que se tenha agora acaba passando”, relembrou.

Justamente por estar próximo do Santa Cruz e de Tiago Cardoso durante as últimas seis temporadas, o dirigente comenta que não precisou pedir indicações ou referências sobre o goleiro para a direção coral. “Não entramos em contato com ninguém do Santa Cruz, até pelo Tiago Cardoso já ser uma referência. É um atleta que dispensa comentários. Sempre ouvimos as melhores informações sobre ele, sobre a sua dedicação dentro e fora de campo. Na conversa com eles também percebemos isso, é um cara decente e comprometido”, ressaltou. 

Do outro lado, com o interesse do Santa Cruz em Júlio César, Eduardo afirma que não recebeu nenhum contado da direção coral, mas assim como Tiago não vê essa situação como necessária. “Ninguém do Santa Cruz nos procurou a respeito do Júlio também. Porém, ele também é um atleta que não precisa de comentários. É um ótimo atleta que nos ajudou nesses anos”, pontuou.

Apesar da rivalidade, o dirigente garante que o respeito entre as equipes continua existindo e até mesmo na negociação para a contratação do ex-ídolo coral, o clube alvirrubro esperou pela definição da situação com o antigo clube. “Sempre tivemos respeito com o Santa. Esperamos o Tiago assinar a quebra de contrato para só assim começarmos a conversar. Claro que a informação do interesse vazou antes, mas tanto da gente como do Tiago houve máximo respeito ao Santa Cruz, até pela história que ele tem lá”, finalizou Eduardo.

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