Valeu o perrengue, a espera, a demora e as diferentes datas até que o Sport pudesse decidir o Campeonato Pernambucano de 2017. Com mais de um mês de atraso, o Leão conseguiu bater o Carcará e conquistar seu 41º título na história do Estadual. Maior vencedor, o Leão não teve grandes dificuldades durante a primeira fase, mas desbancou a equipe de melhor campanha da competição. O LeiaJa.com relembra a trajetória dos rubro-negros até agarrar mais essa taça.

Por estar na Copa do Nordeste, e fazer parte do seleto grupo de grandes de Pernambuco, o time da Ilha já entrou no Pernambucano na segunda fase, no denominado Hexagonal do Título. O grupo era formado pelos trio de ferro da capital, mais o Belo Jardim, Central e Salgueiro, melhores de seus grupos na primeira fase do torneio. A estreia foi sob a tutela de Daniel Paulista, que o time não enchia os olhos da torcida, mas os resultados vinham com certa frequência. Foram dez rodadas das quais o Leão venceu quatro, empatou cinco e perdeu apenas uma, para o Náutico, na Ilha do Retiro. Sem muito brilho, a equipe tinha apenas o quatro melhor ataque do torneio, mas a defesa era a segunda menos vazada, algo natural em vitórias magras como foi contra Belo Jardim e os vários empates.

Classificado na terceira colocação, já que o Santa Cruz perdeu em casa na última rodada do Hexagonal, algo que coincidentemente o livrava de um clássico, o Sport tinha pela frente o Náutico, adversário que ainda não havia derrotado. Já com Ney Franco no comando, surgia a necessidade de derrubar o Timbu pela primeira vez no ano, tarefa que não seria nada fácil. Na partida de ida, até os 45 minutos do segundo tempo, eram os alvirrubros que comemoravam um suado 2x1, com gols de Marco Antônio e Anselmo, tendo Diego Souza descontado. A grande reviravolta no duelo chegou pelos pés de Juninho que entrou já na segunda etapa e virou o placar para 3x2 marcando aos 45 e 46, levando a Ilha do Retiro ao delírio. Revertida a vantagem para o jogo da volta.

Na Arena de Pernambuco, o Leão tinha enfrentado o Timbu apenas uma vez e acabou derrotado com atuação de gala do jovem atacante Erick. E o gol marcado por Giovanni, abrindo o placar, traria o medo de mais um resultado negativo. Dessa vez, o 1x0 tirava os rubro-negros da decisão do Estadual. Porém, o heroi improvável, Matheus Ferraz empatou rapidamente o jogo garantindo o resultado necessário para o Leão. Daí em diante, foi um jogo de muita defesa e emoção até a consagração após 100 minutos de jogo, somados os acréscimos. Era a hora de decidir o campeonato diante de um adversário perigoso, o Salgueiro. Pior que o histórico recente que trazia uma eliminação na semifinal em 2015, a partida de volta seria no Sertão.

Ilha do Retiro, 6 de maio de 2017. Sport e Salgueiro se encontram em uma final do Estadual pela primeira vez na história do torneio. O confronto também trazia outro detalhe inédito; o árbitro de vídeo seria testado no Brasil pela primeira vez, e já com polêmicas. André abriu o placar, após várias tentativas de bater o goleiro Luciano, aos 27 do primeiro tempo, dando a impressão de que viria uma vitória tranquila para levar na bagagem rumo à Salgueiro. Tranquilidade que durou até os 48 do segundo tempo. Já nos acréscimos, o Carcará apertava e quando Toty caiu na área, o juiz José Woshington da Silva viu pênalti de Raul Prata. A confusão estava instaurada, hora de inaugurar o sistema de árbitro de vídeo.

Após sete minutos, avaliando as imagens, o Woshington manteve a marcação do pênalti. E, aos 56, Jean Carlos cobrou no último lance da partida, o Salgueiro garantia o empate para o jogo da volta, no Cornélio de Barros. Foram mais 90 minutos de muita disputa. Em uma partida de baixa qualidade técnica, se destacaram dois lances importantes. O primeiro o gol de Álvaro em cobrança de escanteio que o bandeira anulou, entendendo que a bola saiu durante a curva. A marcação foi muito contestada e o árbitro de vídeo voltou a aparecer na decisão do Estadual. E, mais uma vez, a decisão de campo foi mantida, mesmo com cinco longos minutos de avaliação, para desespero dos sertanejo que queriam o gol.

Sem o gol a favor, o Carcará acabou tomando já aos 34, em jogada que Éverton Felipe tentou de fora da área e o desvio na zaga encobriu o goleiro Mondragón, abrindo o placar, dessa vez, com a confirmação rápida da arbitragem. O jogo seguiu muito pegado, mas o resultado já estava cravado e o Leão levantou sua 41ª taça do Estadual, sob as lágrimas de emoção de Diego Souza, levantando seu primeiro troféu pelo Sport.