'Eu não vim por dinheiro, acreditava que era possível'

Praticamente rebaixado, treinador fala das dificuldades enfrentadas pelo Santa Cruz na temporada até a queda para a Série C

por Renato Torres sab, 11/11/2017 - 19:47
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Santa perdeu para o Boa Esporte em Varginha-MG Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

O Santa Cruz foi matematicamente rebaixado. Após a derrota para o Boa Esporte, bastava uma vitória simples do Guarani, em casa, diante do CRB, para colocar o tricolor na Série C e foi o que aconteceu. Antes mesmo de saber desse resultado, o treinador Marcelo Martelotte já fez um balanço do que foi a conturbada temporada coral, culminando em mais uma visita à indesejada terceira divisão. 

"O balanço final, já possível com 35 rodadas, relembro quantos atletas passaram pelo Santa e foram embora durante a competição. Esse grupo é bom, mas poderia ser mais forte com a permanência de alguns atletas. São 35 rodadas com quatro técnicos. Tudo isso desenha uma posição final que estamos vivendo hoje de, mesmo jogando bem, com igualdade ou superioridade, não vencer por conta do emocional. O grupo tem a ciência que sempre teve qualidade para fazer mais que isso", disse o técnico Marcelo Martelotte.

O comandante lembra que assumiu um desafio complicado, do qual foi recomendado a não enfrentar. "Quando eu vim, há mais de dois meses, me chamaram de louco, perguntando o que ia fazer aqui. Muitos não entenderam e a resposta sempre foi a mesma: fazer o que posso para tirar o Santa dessa. Por dinheiro eu não viria, conheço a situação do clube. Eu tinha uma esperança de que poderia conseguir o trabalho nesse sentido. Fico realizado pelo lado de tirar o máximo desses atletas em meio às dificuldades", contou.

Marcelo ilustra o conturbado ambiente coral com a greve que os atletas estão ameaçando para a próxima terça-feira (14), tendo sido o clube notificado. Há a expectativa de que a diretoria consiga pagar mais um dos meses atrasados na segunda.

"Fico feliz se isso acontecer porque seria ver uma resposta diferente dos jogadores com relação à partida de terça. E pelos funcionários e comissão que passa um momento muito difícil. Mas fico triste por não ter vindo antes, estamos segurando a cabeça dos jogadores por muito tempo, porque só se falou a respeito disso após a derrota para o Náutico. Daí se externou a Insatisfação. Antes, foram dois meses focando o grupo em treinos e jogos", revelou o treinador.

Para as partidas finais, esgotadas as chances de permanência, ele espera o mesmo comprometimento que conseguiu até o momento. Reforçando que era melhor não ter passado tanto tempo conseguindo essa dedicação em situações tão desfavoráveis. Serão jogos para terminar o campeonato de cabeça erguida. "Honrar a camisa do clube, a tradição, o profissionalismo, nome de cada um. Entender que o campeonato tem outros profissionais dependendo de nós. O andamento é natural e temos um jogo terça contra um adversário no G4 e precisamos manter o espírito de vencer. É difícil motivar, mas isso passa por cada um e vai acontecer, sem dúvidas", garante Martelotte.

LeiaJá também

---> Santa perde para o Boa Esporte e coloca um pé na Série C 

---> Jogadores corais falam em terminar o ano de cabeça erguida

COMENTÁRIOS dos leitores