Do Recife para Rússia: torcedores se preparam para a Copa
A poucos meses do Mundial, recifenses já se organizam para acompanhar o Brasil na competição
Faltando dois meses e meio para a Copa do Mundo de 2018, os preparativos para o Mundial estão a todo vapor. E entre os torcedores o clima não é diferente. O LeiaJá conversou com dois recifenses que estão na preparação para viajar para à Rússia. Confiantes no bom resultado do Brasil na competição, a preocupação de ambos é outra.
Antonio Alfaro, de 25 anos, conta que comprou alguns bilhetes para a Copa da Rússia desde o ano passado: “Comprei os primeiros ingressos em novembro, na segunda fase de vendas. A maioria, porém, foi comprada nas fases que ocorreram em fevereiro e março”. Essa não será a primeira vez de Antonio na Copa, ele conta que foi a quatro jogos em 2014, no Recife, quando a competição foi realizada no Brasil.
No Mundial deste ano, a Fifa disponibilizou diferentes tipos de ingressos, com as opções de ir para um jogo em específico; escolher uma Seleção e acompanhar seu percurso durante a competição ou comprar o ingresso condicional final, em que você escolhe o seu time e, caso ele vá para a final, tem seu ingresso garantido. No caso de Antonio, ele optou por acompanhar o trajeto da Seleção Brasileira. “Tenho alguns ingressos condicionais, ou seja, dependem do avanço da seleção na copa. Se o Brasil chegar à final, terei ido a 10 partidas”, explica.
Segundo ele, a sua preparação está um pouco atrasada, visto que a logística desse tipo de evento é complexa. “O país é muito grande e o espaço de tempo entre as partidas que assistirei é curto, mas espero até meados de abril já ter todo o deslocamento entre as cidades concluído e as hospedagens reservadas”, conta.
Antonio conta que decidiu ir para a Copa ainda ano passado, quando a Seleção Brasileira deu para ele alguns sinais de que chegaria forte na competição e falou do saldo positivo que teve quando participou do Mundial em 2014. “A experiência que tive na Copa no Brasil foi muito boa pelo convívio com pessoas de diversos países, todas apaixonadas por futebol. Acho essa multiculturalidade fantástica”.
Para Antonio, o maior problema do Mundial na Rússia será o idioma. “A maior dificuldade certamente será a comunicação. Assim como no Brasil, poucas pessoas falam inglês na Rússia. Além disso, o alfabeto é diferente, o cirílico”, disse. Contudo, Antonio afirma que está confiante em um bom resultado do Brasil. “Acho que a copa vai ser muito disputada. Alemanha, Espanha, Brasil e França são os principais favoritos, na minha opinião. Acho difícil que fuja desse grupo. Não vai ser fácil mas creio que o Brasil tem boas chances de ser campeão”.
Diferente de Antonio, o estudante Tales Araújo Carvalho, de 24 anos, conta que essa será a primeira vez que participará de uma Copa do Mundo. Isto é, se o Brasil for à final. Ao contrário de Antonio, Tales comprou apenas o ingresso condicional final, ou seja, ele vai para o jogo se a Seleção Brasileira chegar à decisão.
“O meu ingresso é o condicional CST. Eu pago pelo o ingresso, gera meu número do bilhete e tenho a minha reserva garantida. Se o Brasil chegar à final, eu tenho o direito de retirar o ingresso físico e ir para a final. Se o Brasil cair na fase de grupo, oitavas ou quartas, a Fifa me reembolsa o dinheiro e a única coisa que eu tenho que pagar é uma taxa de transferência bancária de dez dólares. Se o Brasil se classificar eu vou ter que retirar meu ingresso lá mesmo, em lojas que a própria Fifa disponibiliza”, disse.
“Todos os ingressos que foram comprados até o dia 5 de abril, vão chegar em casa via Correios. A não ser os condicionais, porque é impossível você ter um ingresso de um jogo que você não sabe se vai”, completou.
Contudo, Tales está confiante na classificação do Brasil e garante que já está com tudo preparado. Inclusive, ele afirma que pretende comprar o ingresso para a partida da Semifinal. Para ele, sua maior dificuldade por lá, além do idioma, será a moeda. Mas destaca a organização da Fifa. “Lá são rubros russos e não aceitam euros. Algumas cidades vão aceitar euros, mas pouquíssimas e apenas em alguns casos. A gente vai ter que comprar lá. Sobre o idioma, eles não são preparados para o inglês, a não ser que contratem muita gente. É a única coisa para qual não me preparei ainda, mas já estou com todo o esquema de transfer, hospedagem, passagens organizados”, diz.
“Como vai ter Copa, eles colocaram uma demanda muito alta, mas mesmo com uma oferta alta, tem muita opção de tudo. Então você consegue se organizar e chegar lá sem nenhum problema. E a Fifa é extremamente organizada com os tickets, então não tem como você passar por perrengues lá, porque é tudo muito bem explicado”, completou.
Tales conta que a decisão de ir para a Copa na Rússia veio quando só ele conseguiu ser sorteado para comprar o ingresso em um grupo com cinco amigos. “Fiquei na dúvida, paguei pelo o ingresso e vi que o Brasil tinha plenas chances de ir para a final, foi quando decidi ir. Conseguir ir para a final é uma coisa, realmente, muito difícil. Não é simples. Esse ingresso custa no dia, facilmente, de oito a dez mil reais. É uma coisa muito difícil e eu não poderia perder essa oportunidade”.
Para Tales, o Brasil é um dos favoritos a ser campeão juntamente com a Espanha e a Alemanha. “Acho que essa é a maior chance que a gente tem. Até pelo caminho do Brasil. Se tudo der certo, vai pegar a Bélgica nas quartas, a França ou Portugal na semifinal. Então o caminho está, teoricamente, mais fácil. E o profissionalismo da Seleção hoje é uma coisa que eu nunca tinha visto em nenhuma copa que eu acompanhei. A gente está com um time muito agudo, muito vertical. Para mim é a Seleção mais consistente do mundo, defensivamente. Acho que é a maior chance da gente conquistar um hexa. A fase está boa, o treinador está com o time na mão, é um cara profissional, então acho que temos grandes chances”, torce.