César Cielo: das piscinas ao negócio da natação

Nadador esteve na UNINASSAU, no Bairro das Graças, na Zona Norte da cidade, onde deu palestra sobre sua trajetória, acompanhado dos pais

por Marília Parente qui, 24/05/2018 - 17:58
Chico Peixoto/LeiaJá Imagens Cielo palestrou acompanhado dos pais, na UNINASSAU Chico Peixoto/LeiaJá Imagens

No Recife acompanhado do pai, César Augusto, e da mãe, Flávia Cielo, o campeão olímpico e mundial de natação César Cielo apresentou sua palestra “Formando um Campeão Olímpico” à comunidade acadêmica da UNINASSAU, localizada no Bairro das Graças, na Zona Norte do Recife. Durante a entrevista coletiva, o nadador não descartou a possibilidade de disputar as Olimpíadas de 2020, que acontecerão em Tóquio, no Japão, mas voltou a falar sobre a criação de uma empresa esportiva própria.  

“Sinceramente, não pensei sobre Tóquio ainda. Para esse ano, a gente tem o troféu José Finkel, no final de agosto, que vai ser a classificatória pro mundial. Se eu tiver bons resultados em agosto e em dezembro (no mundial) e estiver me sentindo competitivo, curtindo minha vida de atleta, continuo”, afirmou Cielo, que comenta preferir pensar sua carreira de “seis em seis meses”. De acordo com o atleta, do qual parte da imprensa especializada espera a aposentadoria no final do ano, o mais complicado é garantir o mesmo ânimo pelas competições. “É difícil ter a motivação de garoto, de acordar cinco e meia da manhã para pular na água. Se privar de algumas comidas e ir dormir cedo”, completa.

O que Cielo garante é que vai tentar ajudar a natação brasileira, dentro ou fora das piscinas. Aos 31 anos, aquele que é considerado o maior nadador brasileiro de todos os tempos se prepara para virar empresário no ramo de produtos voltados para a prática do esporte que o consagrou, enquanto realiza palestras e “clínicas”-atividade de imersão na natação- pelo país. “Se eu sentir que chegou a hora de ajudar fora d’água, meu objetivo como empreendedor é colaborar com essa parte do material, que é super difícil de achar no Brasil, onde o material é importado. Então a gente vai fazer bastante coisa aqui para ficar acessível”, completa.

Ainda com a mala aos pés, nadador aguarda momento da fala em meio à plateia. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

No meio de uma plateia majoritariamente composta por estudantes, um Cielo mais magro do que o atleta robusto que chegou às Olimpíadas de Pequim, aguarda para fechar o evento, com um notebook no colo e uma mala nos pés. Médico, seu pai fala em termos técnicos sobre desenvolvimento infantil, seguido pela mãe, também médica, que prossegue no assunto e enche o filho de elogios. Para surpresa do público, Cielo fala pouco e por último, ratificando o que já havia sido dito pelos pais e relatando algumas experiências. 

Clínica 

A partir de amanhã (25) até o dia 27 deste mês, Cielo oferece ainda uma imersão para crianças praticantes de natação, no Colégio Damas, na Zona Norte do Recife. Interessantíssima para os pequenos que buscam contato com atividades de alto rendimento e performance, a “Cesar Cielo Swim Clinic (CCSC), só parece ter um defeito: o custo da inscrição é de R$ 1,5 mil. O nadador defende que o faturamento é baixo se equiparado à oferta da atividade. “Como num curso de capacitação, a gente recebe treinadores; como experiência, já que meus pais me acompanham nas clínicas, as famílias; para as crianças é uma imersão na natação de alto rendimento. Eles terão contato com a análise biomecânica e os equipamentos que os melhores nadadores do mundo usam, também ensino minhas técnicas. Para mim é um jeito de fomentar a natação”, comenta. 

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