Joanna Maranhão declara aposentadoria
Em carreira vitoriosa, pernambucana deixa a natação profissional aos 31 anos, como uma das atletas mais importantes da história do país no esporte
No início da tarde desta sexta (27), a nadadora pernambucana Joanna Maranhão anunciou sua aposentadoria da natação profissional, em sua conta no Twitter. Aos 31 anos, a atleta foi finalista dos 400 medley dos Jogos Olímpicos de Atenas, além de ter disputado as competições de Pequim (2008), Londres (2012) e Rio (2016), tendo se tornado a nadadora brasileira com mais participações nas Olimpíadas.
Sendo a versatilidade como uma de suas maiores marcas, não é de se impressionar que Joanna tenha batido 40 recordes brasileiros em piscina longa (50m) e curta (25m), dos quais 11 ainda permanecem em seu nome. Também foram conquistadas oito medalhas em quatro jogos Pan Americanos. “Dos 3 aos 31 vivi TANTA coisa! Muito grata por ter representado meu país em 4 jogos olímpicos! Essa página chega hoje ao fim”, declarou a nadadora em suas redes sociais.
Ao GloboEsporte.com, Joanna confessou que o fim da carreira como atleta profissional está ligado trauma do aborto espontâneo pelo qual passou. “Algumas semanas atrás eu tive o resultado que estava grávida. E quando você vê aquele positivo, você se sente mãe. Seu corpo passa a ser morada e eu sempre coloquei meu corpo à disposição de um resultado, de um propósito e agora para uma vida. Infelizmente, eu perdi o bebê com uma semana, espontaneamente. Foi uma dor muito profunda”, afirmou.
Apesar disso, a pernambucana ainda pretende atuar na área da natação, seja formando novos atletas ou contribuindo com a popularização do esporte, que considera “extremamente elitizado”. Politizada, Joanna pretende ainda seguir auxiliando mulheres vítimas de violência sexual ou assédio, causa que tomou publicamente como sua desde 2008, quando expôs ter sido vítima de abusos de um ex-treinador, durante a infância. Graças à sua militância, a nadadora inspirou a sanção da Lei 12.560, que versa sobre o crime da pedofilia e ficou conhecida como “Lei Joanna Maranhão”.