Flamengo é denunciado por prática homofóbica na Copinha

A ação se baseia no fato do time carioca não ter inscrito nenhum jogador com a camisa 24

seg, 10/01/2022 - 11:44 Atualizado em: seg, 10/01/2022 - 12:21
Gilva de Souza/Flamengo Time do Flamengo posa para foto na Copa São Paulo Gilva de Souza/Flamengo

Após apresentar denúncia contra o Flamengo no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o grupo Arco-Íris também acionou a justiça desportiva contra o rubro-negro carioca por prática homofóbica. A ação se baseia no fato do time carioca não ter inscrito nenhum jogador com a camisa 24 na Copa São Paulo de Futebol Júnior.

"O fato da numeração do Clube pular o número 24, considerando a conotação histórico cultural que envolta esse número de associação aos gays, deve ser entendido como uma clara ofensa a comunidade LGBTI+ e como uma atitude homofóbica", cita a petição feita ao TJRJ.

Agora, o Flamengo foi denunciado por prática homofóbica à Procuradoria de Justiça Desportiva do Estado de São Paulo.

“Decidimos levar o caso também à Procuradoria de Justiça Desportiva de São Paulo. Práticas machistas ou até mesmo discriminatórias, infelizmente, ainda estão entranhadas no futebol, e é preciso que os clubes e federações exerçam um papel social no combate à homofobia e todas as formas de intolerância”, enfatizou o advogado Carlos Nicodemos, do escritório Nicodemos & Nederstigt Advogados Associados, que assessoria juridicamente a entidade LGBTI+.

“O Flamengo, como um dos maiores times do país, deveria ter uma responsabilidade social na luta contra a homofobia e agir de forma menos machista ou preconceituosa. Deveria usar do potencial de alcançar os mais diversos públicos, homens e mulheres, ricos e pobres, adultos e jovens, para tentar fazer a diferença fora do campo. Nem toda homofobia é explícita. Muitas vezes, está implícita e disfarçada. A imagem que fica marcada não é a de um eventual dirigente ou atleta com uma suposta prática homofóbica, mas uma eventual suposta prática de discriminação homofóbica institucional”, destacou Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris.

Outra ação em andamento contra a CBF

O Grupo Arco-Íris foi responsável também por interpelar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em 2021, por conta da ausência do camisa 24 durante a Copa América no Brasil. A seleção também foi denunciada ao Comitê de Ética da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa). Atualmente, tramita na Justiça carioca uma ação que cobra R$ 1 milhão por danos morais coletivos.

Confira a representação na íntegra.

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