Polícia fecha depósito que vendia uísque falso para boates

No local, foram encontrados mais de três mil litros de diversas marcas de uíques nacionais e internacionais com falhas no lacre da garrafa

por Eduarda Esteves seg, 11/04/2016 - 13:58

A Policia Civil de Pernambuco identificou e fechou um grande depósito clandestino no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR), suspeito da venda clandestina de bebidas alcoólicas falsificadas. De acordo com informações da polícia, no local foram encontrados mais de três mil litros de diversas marcas de uíques nacionais e internacionais. 

A apreensão foi realizada na última sexta-feira (8) após a polícia receber uma denúncia de que seria entregue bebidas alcoólicas adulteradas em uma boate no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana. Ao chegar no local da entrega, os agentes encontraram um intermediário que afirmou apenas revender as bebidas de origem do depósito. 

O suspeito alegou que tentava repassar as mercadorias para a boate e dizia tê-las adquirido por um preço muito inferior ao de mercado em um depósito. "Em uma primeira análise, constatamos que as bebidas daquela entrega, 24 unidades de Jonhie Walker Red Label, eram adulteradas através do lacre aparentemente com resuquícios de cola", afirmou o delegado Carlos Couto, delegado de Boa Viagem, à frente do caso. 

Com as informações cedidas pelo revendedor, que afirmou não saber sobre a falsificação dos produtos, a Polícia Civil chegou até o depósito clandestino, localizado na Rua Rossine de Albuquerque, em Piedade. No local, os agentes não encontraram nenhum responsável pela casa, mas se depararam com mais de 3 mil garradas de uíques, em que a maioria ainda estava vazia. Também foram encontradas 8 caixas de água, com 24 garrafas cada, com a validade vencida desde 2014. "Analisando as garrafas cheias previamente, vimos pequenas falhas no lacre e pequenos resquícios de cola", contou o delegado Carlos Couto.

Durante a operação na distrubidora, os agentes, que de acordo com a polícia estavam sendo discretos, foram surpreendidos com dois homens que não teriam percebido a presença da polícia e foram ao depósito com duas mochilas contendo ao todo 11 kg de maconha. Os suspeitos Williams Barbosa da Silva e Rafael Duarte Costa Cavalcanti de Souza, sobrinho do proprietário do depósito, foram presos em flagrante e afirmaram que iriam apenas deixar a droga guardada na distruibuidora de bebidas.

De acordo com informações da polícia, o proprietário do local foi identificado por César Augusto Duarte Costa, 55, que ainda não se apresentou à delegacia de Boa Viagem para prestar esclarecimentos. Na primeira parte da investigação, policiais constataram que os suspeitos vendiam uísques clássicos como "Logan", "old Par", "Jonnhie Walker Red Label" com o conteúdo interno adulterado. "Eles utilizavam como base a mistura alcoólica com malte nacional Old Red, que possui um valor bastante inferior a uma bebida importada", explicou Couto.

A investigação deve seguir pelos próximos dias e parte do material apreendido no depósito clandestino deverá ser submetido a um exame pericial para investigar e identificar a respectiva composição das bebidas que estavam na distruibuidora. O delegado informou que segundo uma lista de revendas que estava no depósito, os repasses eram feitos por valores miuto inferiores "Eram vendidas a pessoas físicas, jurídicas e principalmente a boates. Pelo menos cinco delas ficam na Zona Sul e apenas uma na Zona Norte", apontou. Ele também relatou que um uísque que custava R$ 100 era distribuído por cerca de R$ 55.

Os suspeitos de participação no crime estão sendo procurados pela polícia para prestar esclarecimentos sobre a adulteração das bebidas. Além disso, o delegado informou que os representantes legais das boates, restaurantes e bares que estão na lista de revenda também podem ser punidos por falta de cautela e negligência na compra das bebidas. Eles poderão responder por crime contra a saúde pública e contra a ordem tributária. Caso seja comprovado o envolveimento da distrubuidora com as drogas que foram levadas ao local, os representantes devem responder por associação para o tráfico de drogas.

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