Em PE, grupo é preso por fraude bancária de R$ 7 milhões

Quadrilha 'hackeou' sistema financeiro de agência bancária, retirando dinheiro de aplicações e transferindo altos valores para contas de terceiros

por Eduarda Esteves ter, 10/05/2016 - 12:23
Divulgação/Polícia Civil Na busca e apreensão nas residências dos suspeitos, a polícia encontrou um revólver calibre 32, além de cartões de crédito, notebooks e filmadoras Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil de Pernambuco desarticulou uma quadrilha suspeita de fraudar contas bancárias e boletos bancários no Recife, Olinda, Paulista e Jaboatão dos Guararapes. Nos últimos crimes, o grupo praticou delitos que geraram um prejuízo em torno de R$ 7 milhões para uma agência bancária no bairro do Cordeiro, Zona Oeste da capital pernambucana, e para terceiros. Os dois líderes da quadrilha já haviam sido presos em 2015 por fraudar cartões de crédito na Operação Miami.

Segundo informações da polícia, ao todo foram emitidos oito mandados de prisão, dos quais apenas cinco foram cumpridos. Outros três integrantes da quadrilha estão foragidos. A investigação faz parte da 'Operação Sem Limites', desenvolvida pela Delegacia do Cordeiro, coordenada pelo delegado João Gustavo. Em uma coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (10), o delegado informou que as investigações tiveram início em abril deste ano e que partiu de uma denúncia da agência de um Banco na Avenida Caxangá.

O grupo agia hackeando contas bancárias, invadindo o sistema de informática do banco, retirando dinheiro de aplicações, transferindo altos valores para contas de terceiros e aumentando o limite do cartão de crédito de integrantes da quadrilha. Em um único dia, a quadrilha agiu transferindo mais de R$ 5 milhões de 52 correntistas dessa agência para outras contas. "Além disso, eles subiram o limite dos seus cartões, que estavam zerados, para R$ 300 mil", confirmou João Gustavo.

A Policia Civil descobriu o esquema a partir de um boleto fraudado pelo chefe da quadrilha, Hugo José Santos Pereira de Lima, de 31 anos, que também está foragido. "Ele tinha um apartamento no condomínio Le Parc Boa Viagem e comprou mais de R$ 70 mil em móveis com um boleto fraudado", explicou o delegado. Ele contou que foi informado da fraude e realizou uma investigação no endereço eletrônico da emissão do boleto. "Era exatamente o mesmo computador de onde partiu o ataque ao banco no Cordeiro", afirmou.

"Ele adultera o código de barras do boleto bancário e faz com que outras pessoas paguem a dívidas deles", conta o delegado, que também alertou para que as pessoas tenham cuidado ao pagar boletos. "É importante que confiram a numeração do boleto". De acordo com informações da polícia, o valor foi ressarcido ao banco em 90% e nenhum correntista da agência foi prejudicado. 

Ao todo, participaram da ação 80 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. Ao localizar o chefe da quadrilha, que em maio de 2015 já havia sido preso junto com uma quadrilha com R$ 10 mil em dinheiro, 60 cartões clonados e um equipamento conhecido como chupa cabra, feito para clonar os cartões, o delegado conseguiu localizar os demais integrantes. Outro líder do grupo, Guilherme Augusto Moller, de 28 anos, foi preso no fim de 2015 na Operação Miami, que prendeu uma quadrilha especializada em fraudar cartões de crédito e dar golpes em cassinos de Las Vegas, nos Estados Unidos. Guilherme estava utilizando uma tornozeleira de localização da polícia. 

Mais quatro envolvidos no esquema também foram presos. Renato Soares de Lima, Dercio Vinicio do Nascimento Pereira, Erivan Pedro da Rocha e Vivian Ribeiro Correia. Eles foram identificados e presos pela polícia por receber altas quantias dos valores roubados do banco em suas contas e transferi-las para terceiros. Os presos e o material apreendido foram encaminhados para o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri). 

 

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