Médicos residentes entram em greve na Santa Casa
Em crise financeira e com dívida superior a R$ 800 milhões, a Santa Casa espera um repasse financeiro extraordinário por parte do governo do Estado
Com as cirurgias não urgentes suspensas há mais de um mês, a Santa Casa de São Paulo enfrenta um novo problema. Os médicos residentes dos departamentos cirúrgicos da instituição entraram em greve na última segunda-feira, 22, por tempo indeterminado.
Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo no final de julho, a categoria já estudava a paralisação em protesto contra o cancelamento das operações e a redução das atividades práticas da residência. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta terça, 23, mostrou que estão paralisados os profissionais dos departamentos de cirurgia geral, cirurgia pediátrica e pediatria. Dos 755 residentes que atuam na Santa Casa, cerca de 133 são de setores cirúrgicos.
A Santa Casa afirma que conta com um corpo clínico composto por 1.213 médicos e, por isso, o atendimento ambulatorial não será afetado. Diz ainda que compreende a decisão dos médicos residentes, mas que "colocará a segurança dos pacientes como prioridade absoluta e só retomará o ritmo de realização de cirurgias eletivas quando houver todas as condições necessárias para prestar este serviço".
Em crise financeira e com dívida superior a R$ 800 milhões, a Santa Casa espera um repasse financeiro extraordinário por parte do governo do Estado assim como uma renegociação da dívida bancária com o BNDES e a Caixa.
Sobre os pacientes afetados pela suspensão das cirurgias eletivas, a instituição diz que "tem recorrido à Rede SUS, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, que possui a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde, cujo objetivo é monitorar a disponibilidade e agilizar as transferências de pacientes para a realização de procedimentos cirúrgicos não emergenciais".