Acusado de mandar matar médico tem registro cassado

Julgamento foi realizado na manhã desta quarta-feira (18) no Cremepe

por Jorge Cosme qua, 18/04/2018 - 13:16
Reprodução Cláudio teria planejado o crime por causa de inveja profissional e perdas financeiras Reprodução

Após quase quatro horas de julgamento, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) decidiu pela cassação do registro profissional do médico Cláudio Amaro Gomes nesta quarta-feira (18). Ele é acusado de ser o mandante do assassinato do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo no dia 12 de maio de 2014.

Segundo o presidente do Cremepe, André Dubeux, o condenado ainda não está impedido de trabalhar como médico. "Ele pode continuar porque, após a publicação do acórdão, ainda cabe recurso ao Conselho Federal de Medicina com 30 dias. Até que se faça um novo julgamento pelo conselho Federal de Medicina ele permanece exercendo suas atividades profissionais sem maiores problemas", explicou.

Ao todo, 20 pessoas fizeram parte do júri. De acordo com Dubeux, o júri considerou procedente a acusação de que Cláudio Amarou feriu quatro artigos do Código de Ética Médica (31, 51, 56 e 69). Ele não foi julgado pelo homicídio, mas pelo seu comportamento profissional. 

"Não estou preparada pra receber um resultado que não seja a cassação desse registro", havia informado a viúva de Artur Eugênio, a médica Carla Azevedo. 

O caso - Artur Eugênio foi assassinado a tiros. O corpo do cirurgião foi encontrado na BR-101, no bairro de Comporta, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Segundo as investigações, o mandante do crime seria o médico Cláudio Amaro Gomes devido à desentendimentos com Artur, inveja profissional e perdas financeiras devido a ações tomadas pela vítima, como o fim da sociedade e a composição da própria equipe cirúrgica.

Já foram julgados criminalmente Cláudio Amaro Gomes Júnior, filho do suposto mandante, e Lyferson Barbosa da Siva, acusado de ser um dos executores. Eles foram condenados a 34 anos e quatro meses e 26 anos e quatro meses de prisão, respectivamente. 

Cláudio Amaro Gomes e Jailson Duarte César, que seria o contratante dos executores, entraram com recurso e por isso não foram julgados na mesma ocasião. O recurso já foi julgado e recusado. Outro acusado do assassinato, Flávio Braz, morreu em uma troca de tiros com a Polícia Militar em 2015.

COMENTÁRIOS dos leitores