Novembro Azul reforça medidas preventivas contra o câncer

Palestras alertam sobre a promoção da saúde do homem, sobretudo no que se refere a doenças da próstata e pênis

por Rosiane Rodrigues ter, 20/11/2018 - 11:20

Um ciclo de palestras sobre conscientização de câncer de próstata e promoção da saúde de homem marcou a programação do Novembro Azul realizada pela UNAMA - Universidade da Amazônia, no campus Alcindo Cacela, no sábado (17). Profissionais do curso de Enfermagem organizaram um evento para que estudantes e o público em geral compreendessem a importância da prevenção do câncer de próstata, câncer no pênis e outras doenças comuns em homens.

Aline Cruz, coordenadora do evento, destacou a importância da educação em saúde. Segundo ela, o câncer, hoje em dia, é a segunda doença que mais causa mortes no mundo. “O Novembro Azul não é só câncer de próstata, é também câncer de pênis e outras doenças. É a valorização de saúde do homem, não somente como indivíduos, mas amplificadores de conhecimentos a todas as pessoas que estão pertos deles”, disse Aline.

Para Andrey Porpino, dentista e coordenador de Saúde do Homem na Sespa (Secretária de Saúde Pública do Pará), o evento é de interesse de toda a população masculina. “Eu, sendo homem, preciso ter a obrigação de ter conhecimento sobre o funcionamento do corpo masculino”, afirmou.

Renata Lopes, coordenadora do curso de Enfermagem, disse que desde o inicio do mês o grupo está trabalhando na campanha do movimento. “Sabemos que a gente precisa sensibilizar cada vez mais homens para que esses homens cuidem da saúde. Nosso principal objetivo é trazer conhecimento científico sobre essas doenças e sensibilizar o máximo de alunos, futuros profissionais e familiares para que eles sejam multiplicadores e que se previnam mais para que a gente tenha uma sociedade mais saudável”, disse.

O evento promoveu educação em saúde. “Esse evento traz para a gente a oportunidade de disseminar nosso conhecimento através de palestras. A intenção é promover conhecimento para acadêmicos e público em geral”, disse Tatiane Athaíde, aluna do 8º semestre de Enfermagem e uma das organizadoras do evento.

Joseane Correa, enfermeira do Ophir Loyola e do Hospital Universitário Barros Barretos, explicou como é feita a prevenção e o tratamento após o diagnóstico. “O paciente, geralmente quando tem câncer no pênis, precisa tirar metade desse pênis, ou tirar o pênis todo. Os médicos sabem que essa doença pode se prolongar para os órgãos adjacentes, porque o câncer cresce de uma forma desordenada e não vê barreiras. As cirurgias consistem em retirada das glândulas, ou ínguas, como os pacientes falam, e uma ampliação de margem cirúrgica dos tecidos que provavelmente estão comprometidos, para que esse câncer não atinja outros órgãos”, explicou.

Joseane destacou a importância do acompanhamento pós-cirúrgico. “No Ophir Loyola não deixamos o paciente ir embora para casa depois de fazer a penectomia (técnica cirúrgica que consiste na retirada cirúrgica exclusivamente do pênis). A espera é de uma ou duas semanas para fazer o segundo tempo cirúrgico. Porque os estudos científicos comprovam que vai evoluir a doença e não basta tirar só aquele pedaço de pênis”, disse.

A enfermeira explicou que os homens precisam estar atentos para qualquer alteração nos órgãos genitais. “Se tiver alguma alteração no pênis, o médico vai fazer o exame clínico, de preferência o urologista, que é o especialista, e em seguida a biópsia, porque geralmente para justificar a cirurgia no SUS é necessário ter a comprovação de que o paciente está com câncer de pênis”, afirmou Joseane.

Joseane disse que a higiene é uma das formas de se manter longe da doença. “Desde criança tem que ter seus atos de higienes corretos. Algumas crianças têm o acúmulo de pele, que é chamada fimose. Se essa pele dificultar a exposição do prepúcio para a limpeza, tem que fazer a cirurgia, que geralmente é feita em crianças. A higiene tem que ser diária”, detalhou.

É importante que o homem procure o médico se tiver feridas, caroços que dificilmente cicatrizem e se estiver com uma lesão há mais de um ano e que não cicatriza. A maioria dos casos ocorre com homens acima dos 50 anos, mas são cada vez mais comuns casos em jovens. “Na nossa realidade, na minha prática clínica, já atendi paciente com 19 anos. Temos observado cada vez mais homens jovens. E as regiões Norte e Nordeste, sobretudo o Estado do Pará, são as campeãs de câncer de pênis, que está associado a baixas condições socioeconômicas e educativas”, concluiu.

 

 

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