Bancos: número de arrombamentos cresce e de explosões cai
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco notou uma mudança no hábito das quadrilhas especializadas e a interiorização das ações
Com 190 ocorrências no ano passado, a violência relacionada ao sistema bancário de Pernambuco cresceu 3% em relação a 2017. Os dados foram divulgados pelo Sindicato dos Bancários, em coletiva realizada nesta quarta-feira (9). No balanço, é possível identificar uma mudança de hábito e a interiorização das ações criminosas, que migraram da Região Metropolitana para o Agreste do Estado.
De acordo com os dados, 25 ocorrências foram por estelionato, 43 por arrombamento, o que representa um acréscimo de 48,7%. A análise também aponta duas invasões a agências bancárias e um aumento de 75% nos sequestros, fato que preocupa os representantes do Sindicato, pois mostra o poder de articulação das quadrilhas especializadas.
A diminuição no número de explosões, de 83 para 65, é detalhada em 60 contra agências e caixas eletrônicos e cinco contra carros-fortes. Dos estabelecimentos explodidos, 38% ainda estão fechados ou funcionando sem dinheiro, apenas oferecendo serviços de atendimento, como é o caso do município de Saloá, no Agreste pernambucano. Tal redução faz um contraponto ao quantitativo de arrombamentos, que cresceu 48,7%, contabilizando 43 ocorrências em 2018. O que, segundo o Sindicato, apresenta uma mudança na organização dos criminosos.
Interiorização das ações
Por ter o maior número de agências, Recife ainda é o município que mais sofre com as investidas, pois contabilizou 20 ocorrências. Porém foi notado uma interiorização da criminalidade, sobretudo em Caruaru, que contabilizou dez ações. Dessa forma, o Agreste apresentou um aumento de 37,28%, superando a Região Metropolitana, que computou a diminuição de 34,93%. Segundo a presidenta do Sindicato dos Bancários, Suzineide Rodrigues, a causa dessa mudança está relacionada a falta de policiamento. “O efetivo do interior do estado está muito limitado, e as vezes a própria delegacia não tem condições de proteger os bancos e a sociedade. Isso tem provocado um aumento da ação dos bandidos nessas regiões”, finalizou.
O secretário de Assuntos Jurídicos José Rufino enfatizou o preparo das quadrilhas especializadas em investidas contra o sistema bancário. “O crime organizado se estruturou, e sabe que quando não dá certo para um lado, para onde tem que migrar”. Após analisar o balanço anual, o Sindicato também percebeu que o maior percentual de assaltos e saidinhas de banco ocorrem nas terças, quartas e quintas-feiras, visto que os bancos estão abastecidos devido o pagamento das prefeituras e os repasses do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Sobre as saidinhas de banco, o secretário afirmou que o sindicato proporciona assistência as vítimas. “Vamos disponibilizar assistência jurídica para as pessoas que sofreram com saidinha bancária. É uma ação contra o banco por ser responsável pela negligência da segurança ao cliente, por mais que ele tenha sido assaltado na rua, a ação também pode ser contra o governo do Estado. O código de defesa é bem claro”, enfatizou Rufino.
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