EUA quer asfixiar Cuba, denuncia chanceler da ilha

De acordo com o chanceler, Washington procura reforçar o bloqueio que aplica à ilha desde 1962

qui, 25/04/2019 - 17:50
YAMIL LAGE O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodriguez, em coletiva de imprensa em 25 de abril de 2019, em Havana YAMIL LAGE

As medidas recentes dos Estados Unidos contra Cuba, que dificultam investimentos estrangeiros na ilha e restringem o envio de remessas, pretendem "asfixiar" sua economia para que o governo socialista ceda posições, afirmou nesta quinta-feira o chanceler Bruno Rodríguez.

"A meta declarada é asfixiar a economia e castigar o povo cubano em seu conjunto com a finalidade de arrancar concessões políticas de nosso governo", declarou o ministro, em entrevista coletiva.

"Apesar do inquestionável impacto econômico" dessas medidas, "não poderão mover em um grau a firme determinação de resistência" de Cuba, garantiu.

O governo de Donald Trump aplicará a partir de 2 de maio um trecho de uma lei de 1996 que habilita tribunais federais dos Estados Unidos a receber processos contra empresas estrangeiras que gerem bens confiscados depois de 1959.

Trata-se do capítulo III da Lei Helms-Burton, que provocou reação de parceiros de Cuba, principalmente europeus, que rejeitam a medida e disseram aos Estados Unidos que têm ferramentas para contra-atacar.

De acordo com o chanceler, Washington procura reforçar o bloqueio que aplica à ilha desde 1962.

Washington justifica suas ações devido à suposta falta de "liberdades fundamentais" na ilha, segundo um tuíte de sua embaixada em Havana.

Também rejeita o respaldo que Cuba outorga a Nicolás Maduro na Venezuela, que Trump procura tirar do poder.

O chanceler reiterou seu apelo à comunidade internacional para intervir ante a "insensatez e irresponsabilidade" do governo de Trump.

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