Uso excessivo de celular e tablet faz mal aos olhos

Estudos estimam que até 2030 cerca de 50% da população pode desenvolver miopia

por Daiane Crema ter, 07/05/2019 - 13:34
Bruno Cervera / Pexels Não é recomendado o uso dos aparelhos durante as refeições e nas horas que antecedem o sono Bruno Cervera / Pexels

Smartphones, tablets e computadores estão cada dia mais presentes na vida das pessoas. Mas, embora esses aparelhos tenham se tornado parte essencial do dia a dia, é preciso cuidado com seu uso em excesso. A 'luz azul', como é conhecida a luz emitida pelos aparelhos eletrônicos, pode levar a miopia, distúrbios de sono, síndrome do olho seco e causar riscos à retina. "A exposição à 'luz azul' antes de dormir acaba suprimindo a melatonina, que é um dos hormônios do sono, o que dificulta alcançar o estágio do sono profundo. Essa mesma luz leva a degeneração macular que é uma perda de células da mácula responsável pela visão", afirma o oftalmologista Marcelo Mastromonico Lui.

Segundo o médico, alguns estudos estimam que até 2030 cerca de 50% da população pode vir a ter miopia, que é a dificuldade de enxergar de longe. "A partir dos três anos de idade é indicado procurar um oftalmologista para uma avaliação, principalmente se tem casos hereditários na família. Quanto aos retornos, depende de cada caso", orienta.

Com as crianças o cuidado precisa ser redobrado. Hoje em dia os pequenos quase não brincam ao ar livre e estão sempre com um aparelho tecnológico nas mãos, o que pode ocasionar alguns danos oculares. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças menores de 2 anos não façam uso de tablets ou smartphones. De 2 a 5 anos é indicado que utilizem os aparelhos apenas uma hora por dia, com supervisão de um adulto. Tanto para adultos quanto para crianças não é recomendado o uso dos aparelhos durante as refeições e nas duas horas que antecedem o sono.

Algumas pessoas acreditam que ler ou usar celulares e tablets dentro de veículos em movimento pode levar ao descolamento de retina, mas o oftalmologista Lui alerta que isso é um mito. Quando a pessoa está concentrada em uma leitura estando em movimento, ela está mandando duas mensagens distintas para o cérebro. Por isso, é bastante provável que a pessoa venha a ter uma sensação de mal-estar. Como é mais difícil focar os estímulos cerebrais em uma só tarefa também há mais exigências para a visão. Como o esforço para ler é maior, pode ser que ocorra uma fadiga ocular e frequentemente dores de cabeça. "O descolamento de retina ocorre quando tem uma ruptura na retina, normalmente em casos de traumas ou em diabéticos. Então, trata-se de um mito. A pessoa pode ler dentro do ônibus ou carro em movimento, pois esse tipo de patologia, nesse caso, não acontece", conclui Lui.

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