Museu Goeldi abre portas para o universo científico

Criado em 1997, Clube do Pesquisador Mirim aproxima crianças e jovens dos estudos sobre sociobiodiversidade amazônica por meio de atividades lúdicas e coletivas

ter, 18/06/2019 - 11:33

Com objetivo de aproximar e estimular crianças e jovens do conhecimento sobre a ciência na Amazônia, o projeto Clube do Pesquisador Mirim é uma iniciativa do Museu Paraense Emílio Goeldi. Vinculado ao Serviço de Educação do Museu, o projeto já formou cerca de quatro mil estudantes de escolas públicas e particulares da Região Metropolitana de Belém.

Desde 1997, o programa busca difundir e produzir saberes nos campos das ciências Humanas, Naturais e da Terra. A ideia é que os alunos aliem experiências teóricas e práticas, tendo como base os estudos desenvolvidos por pesquisadores da instituição.

“Nós temos muito apoio dos pais dos alunos. Eles falam muito da melhoria no comportamento das crianças, não só na escola como em casa”, afirma Luiz Videira, coordenador do projeto. “Mais de 40 ex-alunos do programa são hoje pesquisadores mundo afora”, acrescenta.

Para 2019, a iniciativa abriu 80 vagas para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental ao 1º do Ensino Médio. São quatro grupos de trabalho – “Amazônia: novas descobertas”, “Conhecendo o Museu Goeldi”, “Museu Goeldi: casa de ciência” e “Répteis do Museu Goeldi”. A seleção ocorreu entre os dias oito e 17 de abril.

 O Clube

Com mais de duas décadas de existência, o Clube do Pesquisador Mirim se consolida como rica iniciativa de aproximação de crianças e jovens com o mundo da pesquisa e da produção de conhecimentos sobre a sociobiodiversidade amazônica. Em suas aulas semanais, o programa adota formas lúdicas e coletivas de estímulo ao aprendizado, incluindo experimentos e observações, materiais bibliográficos, vídeos, jogos e kits didáticos.

Todos os produtos confeccionados, como cartilhas e jogos educativos, se transformam em novos recursos didáticos, úteis para pesquisas escolares ou programações institucionais. Como fruto dessa experiência, é possível despertar a sensibilidade dos alunos e suas famílias para a ciência, o que muitas vezes se reflete na carreira profissional dos egressos e na contribuição para uma sociedade mais consciente e ambientalmente mais equilibrada.

De acordo com a temática do grupo, podem ser realizadas pesquisas de campo e excursões a outros ambientes. A partir da conclusão das pesquisas, inicia-se a confecção dos materiais, que ficarão expostos na Biblioteca Clara Galvão.

Segundo a pesquisadora mirim Beatriz Neves, 14 anos, o Clube do Pesquisador Mirim é uma segunda escola. “Eu amo aprender com meus professores e amigos da turma. Estou no projeto há quatro anos. Sinto que estou indo pra frente”, afirma.

Essa iniciativa do Museu Goeldi busca, também, ser inclusiva. O pesquisador mirim Wallace Martins, de 14 anos, que é autista, conta que ama estudar sobre a fauna e a flora amazônicas. Ele é veterano no projeto. “Por mim, eu ficava todo dia aprendendo sobre a Amazônia. Nós precisamos preservá-la. Nós precisamos das árvores para sobreviver”, acrescenta.

“Ao final de cada ano, os pesquisadores mirins precisam apresentar os resultados obtidos na forma de kit, jogo educativo ou digital e cartilha, que depois ficam expostos na biblioteca Clara Galvão, dentro do Museu Goeldi”, conclui o coordenador do projeto.

Por Jesiel Farias.

 

 

 

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