Marcha contra o trabalho infantil leva multidão às ruas

Em Belém, milhares de pessoas caminham contra a exploração de crianças em manifestação organizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8)

ter, 03/03/2020 - 10:07

O primeiro dia de março de 2020 entra para a história do combate ao trabalho infantil no Estado do Pará e no Brasil. O domingo chuvoso, em Belém, não esfriou o ânimo de diversos segmentos da sociedade e de instituições públicas e particulares que uniram forças para escrever mais um capítulo contra esse mal que ainda assombra as crianças no mundo todo.

Com um público de aproximadamente 30 mil participantes, segundo fonte da Polícia Militar do Estado (organizadores estimaram um número superior a 50 mil), a II Marcha Contra o Trabalho Infantil tomou conta do Centro de Belém, com saída às 8 horas da Escadinha da Estação das Docas e seguindo para o Largo do Redondo, na avenida Nazaré. A iniciativa é do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8), por meio da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.

Muitas vozes foram reunidas em favor das crianças. Entre elas está o grupo Arraial do Pavulagem, que puxou a caminhada pela avenida Presidente Vargas ao som de sua batida musical tradiconal. “O Arraial se faz presente porque acredita que as crianças devem crescer em contato com a arte, a cultura e receber educação para, quando adultas, realizarem seu papel no mercado de trabalho", disse o cantor Júnior Soares,  vocalista do Pavulagem.

A participação de autoridades também confirma a importância dessa rede de proteção social que cada vez mais ganha força, como declarou a secretária de Cultura do Estado, jornalista Úrsula Vidal: “A criança é um sujeito pleno de direitos e devemos combater o discurso que diz ‘É melhor a criança trabalhar do que estar na rua'".

Para Úrsula, a criança deve usufruir de seus direitos. “Nem trabalhando, nem na rua. A criança deve estar na escola e com a família, e consciente de seu papel na sociedade”, destacou.

Além das autoridades e artistas paraenses, inúmeras famílias, representantes de instituições religiosas e diversos profissionais da educação, cultura e da área jurídica marcharam em sincronia pelo fim do trabalho infantil, acompanhados dos trios elétricos que animaram a caminhada. Professores, estudantes e a reitora da UNAMA - Universidade da Amazônia, professora Betânia Fidalgo, participaram do evento.

Todo um esquema de segurança foi articulado para preservar a integridade física das pessoas que participaram da II Marcha Contra o trabalho Infantil e assegurar a organização até a chegada ao local de destino, afirmou o major Sullivan, da Polícia Militar do Estado do Pará.

No encerramento, a atriz paraense Dira Paes realizou a leitura da Carta de Belém pela Erradicação do Trabalho Infantil, documento que será divulgado internacionalmente.

Reportagem de Rosângela Machado.

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