Quarentena: 32% dos brasileiros se dizem deprimidos
Pesquisa do Ministério da Saúde identificou os comportamentos de risco e prevenção à Covid-19
Para entender quais fatores podem preponderar para facilitar o contágio da Covid-19, o Ministério da Saúde desenvolveu a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico COVID-19 (Vigitel), feita a partir da coleta de informações de mais de 2 mil pessoas. Um dos destaques é a constatação de que 41,7% dos entrevistados apontaram distúrbios do sono, a exemplo de dificuldade para dormir ou dormir mais do que de costume. Além disso, um grupo de 38,7% relataram falta ou aumento de apetite.
Segundo os números obtidos, 87,1% dos adultos precisaram sair de casa pelo menos uma vez na semana anterior à data da entrevista. Os principais motivos para o deslocamento foram: compra de alimentos (75,3%), trabalho (45%), procurar serviço de saúde ou farmácia (42,1%), tédio ou cansaço de ficar em casa (20,5%), ajudar um familiar ou amigo (20,2%), visitar familiares e amigos (19,8%), praticar atividades físicas (13,6%) e caminhar com animal de estimação (5,6%). A faixa etária que mais quebrou o isolamento fica entre 35 e 49 anos (89,8%), com mais saídas entre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (89%).
A Coordenadora-Geral de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Luciana Sardinha, destaca a importância do estudo para o monitoramento do cenário atual. “Essa pesquisa é muito oportuna para o momento que estamos vivendo. Os resultados que obtivemos com ela vão nos ajudar a entender de que forma a população brasileira está enfrentando a pandemia", comenta.
Mudança de comportamento
Os problemas de saúde mental durante a quarentena, mais precisamente nas duas semanas antes da entrevista, também foram investigados. Para 35,3% falta interesse em fazer as coisas; 32,6% disseram se sentir para baixo ou deprimidos; 30,7% se sentem cansados, com pouca energia; 17,3% descreveram lentidão para se movimentar ou falar ou disseram estar muito agitados ou inquietos; 16,9% relataram dificuldade para se concentrar nas coisas; 15,9% disseram se sentir mal consigo mesmos ou achar que decepcionaram pessoas queridas.
Higiene
Sobre as práticas de higiene preventivas ao novo coronavírus, a pesquisa destrinchou que o percentual de adultos que relataram higienizar as mãos e objetos tocados com frequência foi maior em mulheres (88,6%).