Setor industrial de PE se frustra com o plano de retomada

FIEPE aponta que a lenta retomada de outros setores da economia retarda a recuperação econômica

por Jameson Ramos ter, 02/06/2020 - 16:37
Chico Peixoto/LeiaJá Imagens/Arquivo FIEPE aponta que boa parte do que foi pedido pelos empresários não foi atendido Chico Peixoto/LeiaJá Imagens/Arquivo

O setor industrial de Pernambuco parece ter se frustrado com o plano de retomada da economia no divulgado pelo governo estadual nesta segunda-feira (2). Isso porque, segundo aponta a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), a lenta retomada de outros setores da economia retarda a recuperação econômica local. "Somente o funcionamento pleno da cadeia produtiva seria capaz de trazer de volta a previsibilidade dos negócios e evitaria o fechamento das empresas e dos postos de trabalho", aponta a Federação.

O presidente da FIEPE, Ricardo Essinger, aponta que, apesar de existir um plano de retomada para as atividades econômicas, os cenários são incertos e acabam não trazendo confiança aos empresários. “Dentro do plano apresentado, e considerando os melhores cenários, precisaríamos ainda de sete semanas para tudo estar funcionando em sua plenitude. Ou seja, não sabemos se muitas empresas chegarão até lá e isso também acende o alerta para nós”, destaca.

A FIEPE reforça ainda que uma boa parte das medidas propostas pelos empresários não foi atendida e o prazo estipulado pelo governo para a retomada pode ser fatal para as pequenas empresas. "A indústria alimenta o comércio, os serviços e a construção. Se estas atividades ficam muito restritas, somos afetados”, alerta Essinger.

O Governo de Pernambuco anunciou que a retomada da construção civil, que estava paralisada, deve retornar com apenas 50% dos funcionários e com horário fixado das 9h às 18h. Isso também está sendo criticado pela FIEPE e pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon), Érico Furtado. 

“As empresas de construção civil não teriam como manter 50% do efetivo em casa, sendo certa a demissão de cerca de 25 mil funcionários até o fim deste ano”, diz o presidente do Sinduscon.

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