14 milhões de brasileiros podem ser inseridos na pobreza

De acordo com o estudo, o avanço da pandemia traz impactos diretos na renda e no poder de consumo

por Victor Gouveia sab, 13/06/2020 - 11:46
Pixabay A população mundial em extrema pobreza passaria de 727,3 milhões para 1,1 bilhão, aponta o estudo Pixabay

A retração econômica causada pelo novo coronavírus pode jogar 14,4 milhões de brasileiros na pobreza. O Banco Mundial indica três parâmetros para a condição, quando uma pessoa sobrevive com menos de R$ 27,77, R$ 16,16 e R$ 9,50 por dia. A projeção é resultado de um estudo feito por universidades junto com o Instituto Mundial das Nações Unidas para a Pesquisa Econômica do Desenvolvimento.

A parceria entre a Universidade King's College London e a Universidade Nacional da Austrália avaliou três cenários de recessão em razão da pandemia, com quedas de 5%, 10% e 20% da renda ou do consumo. No pior cenário, aproximadamente 527 milhões de pessoas se tornarão pobres em todo mundo.

Considerando o consumo diário de R$ 16,16 e o índice de pobreza para os países de renda média e baixa, o registro de novos pobres no Brasil pode aumentar de 1,4 milhão (5%) a 3 milhões (10%) e 6,9 milhões (20%). Em todas as projeções, o país corresponderia a aproximadamente 25% a 30% dos novos pobres na América Latina.

"Os impactos da pobreza atual serão determinados pelo que os governos vão fazer para mitigar as consequências danosas da pandemia. Os mais pobres não podem esperar até a reunião do G7 em setembro ou a do G20 em novembro", declarou o professor da universidade londrina e um dos autores do estudo, Andy Sumner à BBC.

O Banco Mundial considera que uma pessoa em extrema pobreza sobreviva com cerca de R$ 9,50 por dia. Nesta condição, o número de novos pobres no Brasil poderia atingir de 700 mil (5%) a 1,5 milhão (10%) e 3,3 milhões (20%). No pior cenário, a população mundial em extrema pobreza passaria de 727,3 milhões para 1,1 bilhão.

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