"Não precisaríamos ter tido tantas mortes no Brasil"
Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz revela que principal problema do país é não ter um comando único de enfrentamento á pandemia
A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-PE), Tereza Lyra, disse, em entrevista ao LeiaJá, que o Brasil não precisaria ter tido tantas mortes (88.539), porque foi acometido pela pandemia mais tardiamente do que os outros países e já sabia o que deveria ter sido feito, mas não fez em tempo hábil.
"O principal problema do Brasil é que não tivemos um comando único de enfrentamento da pandemia. Pelo contrário, o governo federal tem criado dificuldades constantes, inclusive, para as ações dos governos dos estados e municípios", revela Tereza.
Além disso, a pesquisadora da Fiocruz alerta que as pessoas continuam entrando no Brasil livremente e sem nenhuma barreira epidemiológica. "Recentemente, uma conhecida minha chegou de portugal e sequer foi testada e não teve nenhum encaminhamento específico", revela.
A pesquisadora da Fiocruz analisa que maioria dos países do mundo ficou dois meses em isolamento rigoroso "e a vida foi voltando ao normal. Nós estamos há quatro meses num momento constante (de casos da Covid-19). Como se pode banalizar mil pessoas mortas por dia?", indaga Tereza.