Policiais militares assaltam e matam colega em São Paulo

Um cabo e um soldado seriam os responsáveis pelo assalto ao PM, que resultou em duas mortes

por Victor Gouveia qua, 26/08/2020 - 19:29
Reprodução/Flickr/André Gustavo Stumpf Os policiais não estavam fardados, mas teriam confirmado que era militares após a troca de tiros Reprodução/Flickr/André Gustavo Stumpf

O Policial Militar identificado como Josimar Lima da Silva, de 32 anos, foi morto após reagir a um assalto em Diadema, na Grande São Paulo. O impressionante é que a dupla de assaltantes que o abordou também são policiais, de acordo com o delegado responsável pelo caso.

O cabo João Paulo de Araújo Silva, de 28, e o policial André Monteiro Malfati, de 33 anos, são suspeitos de assaltar Josimar, segundo o delegado Luciano Galvão Elias. A vítima foi morta na porta da casa do sobrinho, onde comemorava seu aniversário, nesse domingo (23). A namorada do PM também foi atingida e permanece internada.

Segundo as testemunhas informaram à Ponte, os policiais pediram todos os pertences das pessoas que estavam no local. "Eles não se identificaram como policiais nesse momento. O Josimar conseguiu balear o policial André e o policial João Paulo baleou o Josimar. Ele estava desnorteado, aparentemente drogado. Depois que atirou, ficou falando que era policial, para ninguém chegar perto dele", aponta uma testemunha, que preferiu não ter a identidade revelada.

Josimar e André foram socorridos, mas os óbitos foram confirmados no hospital do município. João Paulo foi preso em flagrante e pode receber a pena de até 30 anos de prisão por latrocínio, e até oito anos por organização de grupo para prática de violência, crimes inseridos no Código Penal Miltar. Na delegacia, ele teria comentado que entrou “em uma furada" e alegou inocência ao relatar que agiu em legítima defesa de terceiro.

A princípio, João Paulo foi apreendido no Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPA). Em seguida foi encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Vila Albertina, Zona Norte de São Paulo. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Militar garantiu que instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do fato.

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