Incêndio: Governo ignorou riscos apontados em relatório

Engenheiros constataram diversos problemas na estrutura de combate a incêndios do Hospital Federal de Bonsucesso em abril de 2019

qua, 28/10/2020 - 08:18
Tânia Rêgo/Agência Brasil Nada foi feito para reparar riscos apontados por especialistas Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um relatório produzido em abril de 2019 por uma equipe de engenheiros, a pedido do Ministério da Saúde, constatou diversos problemas na estrutura de combate a incêndios do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na zona norte do Rio. Um ano e meio depois, nada foi feito e nesta terça-feira, 27, o hospital pegou fogo, matando pelo menos três pacientes.

Questionado nesta terça sobre a falta de providências para sanar o risco de incêndio no hospital, o Ministério da Saúde não se manifestou - limitou-se a lamentar o incêndio e a morte de uma paciente, em nota. Em setembro de 2019, de posse desse relatório, a Defensoria Pública da União cobrou providências da direção do HFB para ajustar o hospital às normas de segurança e solicitou ao Corpo de Bombeiros que fizesse uma vistoria na unidade de saúde.

"Depois disso, a Defensoria fez seu papel de reforçar reiteradamente a necessidade de providência urgente aos órgãos competentes", informou, em nota, a Defensoria. "Sobre as razões de as demandas não terem sido atendidas, não temos como responder. Sugerimos que as perguntas sejam encaminhadas aos responsáveis pela gestão do HFB"

Terceira vítima

O Ministério da Saúde confirmou, na noite dessa terça-feira, 27, a morte da terceira vítima do incêndio do Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio de Janeiro. A pasta não forneceu informações sobre o paciente morto.

"O Ministério da Saúde comunica com profundo pesar a morte do terceiro paciente após o incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso", informou o Ministério. "A pasta se solidariza com as famílias e não vai medir esforços para garantir a segurança e saúde dos pacientes, profissionais de saúde e funcionários da instituição", conclui a nota.

As duas primeiras vítimas foram mulheres de 42 e 83 anos, ambas internadas com Covid-19.

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