Maduro chama variante brasileira de 'mutante Bolsonaro'

Líder venezuelano evidenciou o Brasil como “epicentro da doença”

por Vitória Silva seg, 05/04/2021 - 10:55
JHONN ZERPA / Venezuelan Presidency / AFP Nicolás Maduro, presidente da Venezuela JHONN ZERPA / Venezuelan Presidency / AFP

Durante pronunciamento à nação na tarde do último sábado (3), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não poupou os comentários ácidos à gestão bolsonarista diante da pandemia da Covid-19 no Brasil. Durante balanço sobre a doença no seu país, o venezuelano diz que a situação do seu país vizinho “é um desastre” e que “a mutante brasileira deveria chamar-se 'a mutante Bolsonaro’”, referindo-se às novas cepas encontradas e sob mapeamento na nação de Jair Bolsonaro (sem partido).

“A mutante Bolsonaro... Porque ele é o culpado por abandonar o seu povo e por ser louco, insensível, um psicopata. Um psicopata! Insensível! Não lhe dói o povo do Brasil. Não lhe dói nada. A ele só interessa sua loucura. Vejam a situação que ele meteu o Brasil e a humanidade. O Brasil é o epicentro mundial das variantes mais perigosas e da expansão do coronavírus. Essa é a verdade”, declarou o chefe de Estado.

Os comentários continuaram, mas então acerca da letalidade da nova variante. Maduro reconheceu que as cepas brasileiras do Sars-Cov-2 têm uma carga viral “maior e mais forte”.

“Nosso povo deve cuidar-se mais e melhor. As famílias devem se cuidar mais”, aconselhou, ao admitir que as variantes do Brasil estão em circulação na Venezuela.

A Venezuela bateu, também no último sábado (3), o recorde de casos confirmados de covid-19 nas últimas 24 horas e atingiu o ponto mais alto da curva de contágio desde o início da pandemia. Foram 1.779 infecções e 15 mortes, segundo informações do Governo.

Em março, o país contabilizou 21.380 casos. De acordo com o Centro de Pesquisas Coronavírus da Universidade Johns Hopkins, são 164.337 infecções e 1.647 óbitos no total.

Nicolás Maduro afirma “sem dúvida alguma” que a situação em seu país se agrava em razão da cepa brasileira, que circula na Venezuela há algumas semanas.

“A variante brasileira avança mais rapidamente. Há gente que se automedica, e, se por qualquer razão, tem medo ou excesso de confiança, e não quer ir ao hospital, é um erro. Paga-se caro por isso. Conheço casos de gente que ficou em casa e começou a se automedicar. Em 48 horas, não podem respirar, se sentem mal e quase chegam a morrer”, advertiu o presidente venezuelano.

A Venezuela faz fronteira com o estado de Roraima e com o Amazonas, sendo o último uma das unidades federativas brasileiras a enfrentar a pior crise de saúde em todo o país, por causa da Covid. Por último, Maduro defendeu o aumento no número de leitos hospitalares e pediu que a população não tome medicamentos por conta própria.

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