Dr. Jairinho teria tentado afogar filha de ex-namorada

Em depoimento à polícia, a ex-companheira mencionou episódios de intimidação contra ela e a criança, à época, de apenas três anos

dom, 11/04/2021 - 13:05
Julia Peres/CMRJ Vereador Dr Jairinho em discurso na Câmara do Rio Julia Peres/CMRJ

A Polícia Civil do Rio de Janeiro teve acesso a mais uma série de depoimentos chocantes no caso Henry Borel, revelando um histórico violento do vereador e médico Dr. Jairinho. Em nova declaração, uma das ex-namoradas de Jairinho afirmou à polícia que sua filha, de apenas três anos, se queixava de agressões e intimidações por parte do político e ainda relatou uma suposta tentativa de afogamento. A criança teria desenvolvido crises nervosas e não se mostrava confortável de estar perto do padrasto.

De acordo com o depoimento prestado pela mulher, de 31 anos, ela conheceu Dr. Jairinho em 2010, na festa de comemoração pela eleição do seu pai, o policial militar e deputado estadual Jairo de Souza Santos, o Coronel Jairo (MDB), e logo depois eles teriam ficado noivos. Na ocasião, o vereador era oficialmente casado com a dentista Ana Carolina Ferreira Netto, mãe de dois dos seus três filhos.

Entre os episódios relatados pela menina de apenas três anos à mãe, há situações como uma aparente tentativa de afogamento na piscina do prédio onde conviviam e vômitos que podem ter origem em crises de ansiedade. Em depoimento obtido pela CNN, é apontado ainda que a mulher teve a roupa rasgada e foi agarrada pelo pescoço pelo ex-namorado, segundo o relato dela. A dona de casa, que pediu para que o nome não fosse revelado, disse ainda que ela e Jairinho tinham noivado marcado, com restaurante reservado, mas ele acabou desistindo às vésperas da festa.

A ex-companheira diz também que Jairinho deu um comprimido para que ela dormisse e em vez de tomar, ela escondeu a pílula embaixo do travesseiro. Quando foi à sala viu o homem segurando a menina “pelos braços, enquanto estava em pé no sofá”.

A mãe notou resistência na filha sempre que a criança precisava ir aos encontros com Jairinho, no entanto, imaginava que seriam apenas episódios de ciúme, até ver “que a resistência dela a este se tornou mais séria, sendo que [a criança] chorava muito e chegava a vomitar de tanto nervoso”.

No documento, a dona de casa conta que não foi vítima de agressões durante o relacionamento, mas quando o namoro acabou, “várias vezes Jairinho perseguiu a declarante e ficava na frente da casa das amigas dela, onde ela se encontrava, gritando e chamando pela declarante no portão”.

Em uma dessas ocasiões, a ex-namorada de Jairinho conta que ele chegou a agredi-la no meio da rua, rasgando as roupas dela, e que também puxou a mulher contra as grades do portão da casa onde estava, rompendo pontos de uma cirurgia que tinha sido realizada dias antes da agressão.

Questionada sobre o fato de nunca ter prestado queixa formal à polícia do que acontecia com ela, a mulher disse que ficou com receio de que fosse a palavra dela contra a do homem. Segundo a defesa do vereador, ele afirma ser inocente e não reconhece a veracidade dos fatos.

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