59% dos pernambucanos devem celebrar Dia das Mães em casa

Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE)

por Vitória Silva qui, 06/05/2021 - 14:35
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Centro do Recife Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

Com a cautela das famílias e o orçamento cada vez mais limitado, a comemoração escolhida pela maioria dos pernambucanos, 59%, para celebrar o Dia das Mães, foi a comemoração em casa. Apesar da intenção positiva para o aquecimento do comércio, que aponta 66,4% da população como interessada em celebrar a festividade, que acontece neste domingo (9), a adesão ainda é baixa quando comparada aos anos anteriores.

Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), em parceria com o SEBRAE-PE. Para o estudo foram entrevistados mais de 1.400 consumidores, através de questionários enviados por canais digitais.

Além da comemoração caseira, a compra de presente, fator que mais agita o comércio local, ficou em segundo lugar, alcançando 29% da preferência de quem pretende comemorar a data. As demais, como ida a restaurante, bares e as viagens tiveram baixa adesão, impactado pelo cenário de pandemia da covid-19.

“A pesquisa apresenta a intenção de comemoração da data e inclui informações estratégicas à classe empresarial, auxiliando na tomada de decisão quanto às ações que permitem aos empresários alavancar vendas neste momento crítico”, explica o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE, Bernardo Peixoto. O comércio pernambucano injeta mais de R$ 6 bilhões no Estado e, segundo o Novo Caged, emprega de maneira formal mais de 296 mil pessoas, aproximadamente 24% de todo o estoque de empregos formais de Pernambuco até fevereiro de 2021.

O percentual de 2021 é inferior à intenção verificada na mesma data de 2019 e 2018, quando atingiu 80,8% e 75,7%, respectivamente. Em 2020, a pesquisa não foi realizada devido a pandemia da Covid-19. “Contudo, apesar da queda no comparativo com anos anteriores, o percentual pode ser considerado positivo”, comenta o economista Ademilson Saraiva, da assessoria econômica da Fecomércio. Os principais motivos para a não comemoração da festividade foram a falta de dinheiro para o consumo e o isolamento social.

Ainda segundo Saraiva, o número é reflexo do cenário atual. “Após baixa adesão em duas datas anteriores importantes para o setor, o Carnaval e Páscoa, devido às restrições das realizações dos eventos sociais e elevação de câmbio, o cenário para a comemoração do Dia das Mães é impactado negativamente por uma demanda desaquecida das festas e já era esperado”, reflete.

Para o pernambucano que pretende presentear a mãe, as roupas ou acessórios de vestuários, perfumaria, cosméticos, calçados e acessórios são as principais escolhas. A maioria deseja gastar entre R$ 50,00 e R$ 100,00. O local para compra desses presentes será o comércio tradicional e a forma de pagamento mais utilizada será o pagamento à vista.

Mais jovens têm maior intenção de adesão e compra no feriado

A faixa de idade com a maior intenção de comemoração é de pessoas entre 18-29 anos, seguida pela faixa que compreende as idades entre 30-49 anos, com percentuais de 69,3% e 66,5%, respectivamente. “Essa configuração pode estar sendo influenciada ainda pelo processo de pandemia da Covid-19, visto que os mais jovens abriram mão em muitas datas comemorativas no ano de 2020, de estar próximo a familiares por trazer um risco para os mais velhos. Já em 2021 esse risco foi sendo reduzido devido ao avanço do plano de vacinação, possibilitando que as pessoas reduzam o comportamento conservador em relação à proximidade de parentes mais velhos”, observa o economista.

Apesar de todas as classes de rendimento apresentarem percentuais superiores a 50%, a atual conjuntura econômica também criou diferenças na intenção de comemoração no recorte de renda. Entre as famílias com renda entre 1 e 2 salários-mínimos, 65% pretendem comemorar a festividade, enquanto as famílias com rendimento superior a 10 salários-mínimos, aproximadamente, 85% informaram que vão comemorar a data. Segundo o estudo, a disparidade reflete uma economia ainda sem apresentar um movimento de recuperação acentuado.

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