Pesquisa: risco de Covid grave em crianças é baixíssimo

Estudo de universidades no Reino Unido indica que risco absoluto de morte chegou ao resultado de dois para cada um milhão de pessoas

por Vitória Silva sex, 09/07/2021 - 17:16
Pixabay Forma grave da Covid-19 acomete mais a adultos do que crianças. Pixabay

As crianças têm um risco “extremamente baixo” de doenças graves, hospitalização e morte por Covid-19, de acordo com as análises mais abrangentes de dados de saúde pública, conduzidas por pesquisadores da Universidade de Londres, Universidade de Bristol, Universidade de York e Universidade de Liverpool. Os resultados preliminares, publicados em três novos estudos pré-impressos, serão submetidos ao Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI) do Reino Unido, ao Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC) e à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com isso, os pesquisadores podem conseguir informar a política de vacinação e proteção para menores de 18 anos em todo o mundo. Os estudos não analisaram o impacto da Covid a longo prazo.

Durante os primeiros 12 meses da pandemia (até fevereiro de 2021), 25 menores de 18 anos no Reino Unido morreram de Covid-19, de acordo com dados de saúde pública analisados por cientistas das três universidades. No mesmo período, 5.830 crianças foram internadas no hospital com o vírus, 251 na UTI, constataram os estudos, que ainda não foram avaliados por pares.

A matemática equivale a um risco absoluto de morte por Covid-19 de um em 481.000, ou aproximadamente dois em um milhão. No geral, os pesquisadores concluíram que as crianças têm um risco “extremamente baixo” de doença e morte por Covid-19 e, embora crianças com graves problemas de saúde pré-existentes corram um risco ligeiramente maior, este é muito menor do que em adultos.

A Dra. Elizabeth Whittaker, uma das pesquisadoras do Imperial College London, disse que era “tranquilizador” os resultados refletirem o que é visto em hospitais: “vemos muito poucas crianças gravemente doentes”.

O pesquisador sênior, Professor Russel Viner, da University College London, disse esperar que as descobertas influenciem as políticas de vacinação e quarentena em crianças em todo o mundo, e que um dos estudos sugeriu que os riscos que as crianças enfrentam com uma interrupção da escolaridade e eventos sociais podem superar os da Covid. 19

Os estudos não analisaram o efeito do Covid longo em crianças, que pode causar sintomas debilitantes durante meses ou anos após uma infecção.

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