Ocupação em UTIs é inferior a 50% pela 1ª vez no ano em PE

Última semana epidemiológica encerrou com 442 solicitações por leitos de terapia intensiva, apresentando queda de 20% em relação à semana

por Vitória Silva qua, 28/07/2021 - 18:55
Divulgação/Governo de Pernambuco Ocupação dos leitos de UTI é inferior a 50% pela primeira vez no ano. Divulgação/Governo de Pernambuco

A semana epidemiológica de número 29, encerrada pela secretaria de Saúde de Pernambuco no último sábado (24), trouxe números mais brandos aos índices da Covid-19 no estado. Pela primeira vez em 2021, a taxa de ocupação dos leitos de terapia intensiva (UTI) é inferior aos 50%. Segundo o secretário da pasta, André Longo, foram registrados 442 solicitações por leitos do tipo, uma queda de 20% em relação à semana epidemiológica anterior. As informações foram divulgadas em coletiva desta quarta-feira (28).

Além disso, houve também queda no número de casos da doença. Foram notificados 606 registros, o que representa uma queda de 14,6% em uma semana, e de 34% em 15 dias. Os números se assemelham aos de novembro de 2020. Por causa da inclinação positiva dos registros, o estado terá nova flexibilização das atividades socioeconômicas, com vigor a  partir da próxima segunda-feira (2).

“Apesar de estarmos dando passos para a frente, os indicadores positivos não nos permitem abdicar dos cuidados, esses indicadores são frutos de um esforço muito grande e que não podemos colocar em risco. Reforço o uso correto da máscara, cobrindo boca e nariz, o distanciamento e o cumprimento dos protocolos setoriais que são o caminho para continuarmos avançando rumo a uma normalidade”, destacou Longo.

O chefe da Saúde também comentou sobre o avanço da vacinação em Pernambuco. Entre ontem (27) e hoje (28), o estado recebeu mais 506 mil doses de diferentes vacinas contra a Covid-19, o maior quantitativo entregue em uma só semana pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Todas as doses estarão à disposição dos municípios a partir desta quarta-feira (28) e destas, 369.193 (cerca de 73%) serão destinadas à aplicação da segunda dose. André Longo também chamou a atenção dos faltosos à segunda dose, relembrando que, com exceção da Janssen, nenhuma outra vacina é dose única.

“As vacinas além de seguras e eficazes, são essenciais para superarmos a pandemia. Muitas pessoas estão deixando de retornar para concluir o esquema vacinal. É fundamental que a gente tenha esse retorno para a segunda dose. Tirando a Janssen, todas as outras vacinas foram desenvolvidas para aplicação em duas doses e só efetivam a proteção se for completado esse esquema. Com a primeira dose, nosso sistema de defesa começa a produzir os anticorpos, mas é com a segunda que a resposta imunológica acontece de forma mais intensa, aumentando a eficácia e a tornando duradoura”, continuou.

Antecipação da segunda dose da AstraZeneca

Durante coletiva, André Longo voltou a declarar que a antecipação da segunda dose do imunizante da Oxford, cuja recomendação preferível é de que aconteça entre 85 e 90 dias, poderá ocorrer conforme disponibilidade de estoque. Segundo o secretário, o adiantamento é seguro, consta na bula da solução e só não é feito em maior escala pois não há disponibilidade de vacinas em todo o país.

“Tomamos essa decisão a partir do comitê estadual de imunização. Definimos que havendo estoque de segunda dose disponível nos municípios, é possível a utilização desse imunizante entre 60 e 90 dias. Isso está na bula da AstraZeneca e está sendo feito em vários países, inclusive na Inglaterra, que é o país de origem da vacina. Entendemos que é seguro, traz uma maior proteção para as variantes, especialmente a Delta, e por isso se determina a antecipação. Só é possível fazer se houver estoque. O PNI só não toma essa decisão em nível nacional pois não há disponibilidade. Já se cogita no PNI também a antecipação da segunda dose da Pfizer, mas até o momento, ainda não há essa afirmação”, esclareceu.

Flexibilização VS. crescente na média móvel de mortes

Segundo André Longo, os dados obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, que registram aumento de 22% na média móvel de mortos pela Covid-19, não contam com o datamento preciso dos óbitos, pois houve atraso por parte dos serviços privados no momento de informar o registro de mortes.

“Isso compromete a média móvel da semana e faz com que a gente interrompa o ciclo de diminuição da média móvel, que é o que se corresponde às ocorrências por data desse último mês. A gente tem percebido uma redução, por data de ocorrência, desse numero de óbitos, o que é consequência da redução do número de pessoas nos leitos de terapia intensiva. Temos menos de 750 pessoas em terapia intensiva, metade das pessoas que precisavam desses leitos há 45 dias”, disse o secretário.

Inclusão de adolescentes de 12 a 17 anos

A estimativa é de que cerca de um milhão de adolescentes, entre 12 e 17 anos de idade, sejam contemplados pelos grupos prioritários da vacinação no futuro. Segundo Longo, “o que ficou pactuado é que se aguardará a distribuição das vacinas para atender as populações acima de 18 anos, e aí a partir de setembro, espera-se, passamos a vacinar também esse grupo de adolescentes, com prioridade aos com alguma comorbidade, o que potencializa o acometimento de doença mais grave. Foi a decisão do PNI e Pernambuco decidiu seguir a recomendação”.

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