Fiocruz: Brasil mantém queda nos indicadores da Covid-19

No entanto, a Fiocruz alerta que a alta taxa de positividades dos testes, somada ao crescimento da variante Delta, pode favorecer a formação de um novo patamar de transmissão

por Jameson Ramos qua, 25/08/2021 - 16:58
Júlio Gomes/LeiaJá Imagens/Arquivo Fiocruz sugere a retomada da testagem em massa da população Júlio Gomes/LeiaJá Imagens/Arquivo

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou nesta quarta-feira (25), que ao longo da última semana epidemiológica (de 15 a 21 de agosto) o Brasil manteve a queda de diversos indicadores da pandemia da Covid-19. Após o pico de casos e óbitos ocorrido de março a maio de 2021, a incidência do novo coronavírus vem caindo, acompanhada pela queda de mortalidade.

No entanto, a Fiocruz alerta que a alta taxa de positividades dos testes, somada ao crescimento da variante Delta, pode favorecer a formação de um patamar elevado de transmissão por um longo período no país, ainda com a redução de mortes com o avanço da vacinação. 

A entidade alerta que a cobertura vacinal no Brasil caminha a passos lentos, com uma média de 1 milhão de doses aplicadas por dia. 

"Aliado a isto, há também uma retomada da circulação de pessoas nas ruas, em padrão próximo ao anterior à pandemia. A pandemia ainda persiste e um comportamento de atividades em níveis pré-pandêmicos, junto a um relaxamento das medidas de prevenção por parte de pessoas e gestores, contribui para a alta propagação do vírus", alerta. 

A fundação salienta que a vacinação completa é importante para evitar o aumento no número de pessoas acometidas pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente as pessoas mais idosas. Inclusive, está em discussão a necessidade de reforço da vacinação.

"Será muito importante acompanhar estudos clínicos e epidemiológicos, em andamento no Brasil e no mundo, bem como a necessidade de, simultaneamente, ampliar a cobertura vacinal aos grupos mais jovens, grávidas e puérperas", assevera a Fiocruz.

Indo de encontro ao que se vem sondando pelo Ministério da Saúde e, principalmente, pelo presidente Jair Bolsonaro - que reforça a intenção de desobrigar os cumprimentos dos protocolos sanitários -, a entidade alerta para a necessidade da manutenção da proteção.

"Permanecem como fundamentais o uso de máscaras, principalmente em ambientes fechados, a higienização das mãos com frequência e a manutenção de distanciamento físico, evitando-se completamente aglomerações. Esses cuidados são necessários para que se contenha a transmissão do vírus e se evite o surgimento e a circulação de novas variantes", pontua o boletim.

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