Negar salário digno é negar dignidade humana, diz Papa

Desde que assumiu o comando da Igreja Católica, em 2013, Bergoglio colocou a desigualdade no centro de sua agenda

sex, 10/12/2021 - 14:36
ALESSANDRO DI MEO / AFP / POOL O papa Francisco ALESSANDRO DI MEO / AFP / POOL

O papa Francisco afirmou nesta sexta-feira (10), durante audiência no Vaticano com juristas católicos italianos, que negar um salário digno para os trabalhadores significa "negar a dignidade humana".

Em seu discurso, o pontífice afirmou que os direitos de "trabalhadores, migrantes, doentes, bebês não nascidos, pessoas em fim de vida e dos mais pobres são cada vez mais negligenciados ou negados".

"Quem não tem capacidade de gastar e de consumir parece não valer nada. Mas negar direitos fundamentais, negar o direito a uma vida digna, a tratamentos físicos, psicológicos e espirituais e a um salário justo significa negar a dignidade humana", afirmou o Papa.

Francisco ainda citou o exemplo de trabalhadores agrícolas que são "usados" na Itália para a colheita e depois "são pagos de forma miserável e mandados embora sem qualquer proteção social".

"Reconhecer e garantir concretamente os direitos, protegendo os mais frágeis, é o que nos torna humanos", advertiu Jorge Bergoglio, que também lembrou sua recente visita ao Chipre e à Grécia, onde ele se reuniu com refugiados.

"O respeito às pessoas e aos direitos humanos, especialmente no continente [a Europa] que não deixa de promovê-los no mundo, deveria sempre ser protegido, e a dignidade deveria ser posta antes de tudo", disse Francisco.

Desde que assumiu o comando da Igreja Católica, em 2013, Bergoglio colocou a desigualdade no centro de sua agenda e já publicou uma encíclica, a "Fratelli tutti", de forte teor social e na qual critica o capitalismo e defende a criação de um novo modelo de desenvolvimento.

Da Ansa

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