Incêndio no Parlamento da África do Sul é controlado

Zandile Christmas Mafe, um homem de 49 anos, foi levado perante o tribunal correcional, que convocou uma audiência para 11 de janeiro. Até lá, o suspeito permanecerá sob custódia

ter, 04/01/2022 - 10:26
Rodger Bosch Bombeiros trabalham para apagar as chamas no Parlamento sul-africano, na Cidade do Cabo, em 3 de janeiro de 2022 Rodger Bosch

O incêndio que destruiu grande parte da sede do Parlamento da África do Sul foi controlado nesta terça-feira (4), informaram os bombeiros, enquanto um suspeito que foi preso no domingo nas proximidades do edifício compareceu perante à Justiça.

Zandile Christmas Mafe, um homem de 49 anos, foi levado perante o tribunal correcional, que convocou uma audiência para 11 de janeiro. Até lá, o suspeito permanecerá sob custódia.

Ao chegar ao tribunal, o homem tirou a máscara e se virou para as câmeras da imprensa, observaram os jornalistas da AFP.

Seu advogado disse que o homem nega estar envolvido no incidente e se declara inocente. A Promotoria, por sua vez, disse que se opõe à liberdade condicional.

De acordo com a acusação, a que a AFP teve acesso, o suspeito é acusado de ter entrado à força no edifício, localizado no centro da Cidade do Cabo, "ateado fogo aos edifícios do Parlamento" e "roubado computadores, laptops, pratos e documentos".

A sala, forrada de madeira e com poltronas de couro, onde sentavam-se os deputados e onde o presidente faz seu discurso à nação todos os anos, ficou completamente destruída.

A área danificada é a parte mais recente do complexo legislativo, que é composto por três edifícios de diferentes épocas.

Os bombeiros tiveram que recuar no domingo diante da intensidade do incêndio, mas à noite conseguiram controlar as chamas.

Na tarde de segunda-feira, o fogo foi reavivado e à noite os bombeiros tiveram que enfrentar fortes ventos na cidade portuária, até que conseguiram "controlá-lo pouco antes da meia-noite", segundo informou à AFP o porta-voz do corpo de bombeiros da cidade, Jermaine Carelse.

Na manhã desta terça-feira, "pouco antes das 05h00" (00h00 de Brasília), o fogo voltou a ganhar corpo, mas "os bombeiros conseguiram apagá-lo", explicou o porta-voz.

Horas depois, quatro caminhões ainda estavam posicionados no local, enquanto uma dezena de bombeiros acompanhava a evolução da situação.

O incêndio começou na madrugada de domingo na ala mais antiga do impressionante edifício, cujo telhado foi completamente destruído.

Segundo os investigadores, o incêndio começou com dois focos distintos e o sistema automático de extinção de incêndios não funcionou corretamente, pois a água havia sido cortada.

Nas imagens captadas por câmeras de vigilância, o suspeito é visto dentro do prédio por volta das 02h00. "Mas os seguranças só perceberam a sua presença às 6h00, mais ou menos, quando olharam para as telas, alertados pela fumaça", disse à AFP a ministra de Obras Públicas, Patricia De Lille.

"As câmeras funcionavam. O problema é que ninguém estava prestando atenção a elas durante esta noite fatídica", explicou à imprensa. "Isso também está sendo investigado. Como não não perceberam que havia alguém no prédio? Há realmente uma falha de segurança", ressaltou.

O Parlamento sul-africano está sediado na Cidade do Cabo desde 1910, enquanto o governo está localizado em Pretória.

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