Loja proíbe entrada de homens após casos de assédio

Proprietária relata que modelos e clientes já foram constrangidas e até humilhadas por companheiros e homens em atendimento no shopping onde funciona o estabelecimento

qui, 27/01/2022 - 10:11
Reprodução/Redes Sociais Dona de loja usa placa para comunicar proibição de homens dentro do estabelecimento Reprodução/Redes Sociais

A empresária e influencer cearense Andrea Costa decidiu proibir a entrada de homens em sua loja, após diversos episódios de assédio contra modelos de seus produtos e clientes em atendimento. Costa é dona de uma boutique em um shopping na cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo. À entrada do estabelecimento, há uma placa sinalizando que homens devem entrar apenas se forem provar alguma peça vendida pela loja, cujo público é majoritariamente feminino. 

"Homens, se não forem provar, esperem do lado de fora da loja", diz um dos avisos fixados na vitrine. A imagem repercutiu nas redes sociais, gerando memes e opiniões contrárias, sobretudo por um aviso que aparece próximo ao principal, permitindo a entrada de animais de estimação. Apesar das piadas, a empreendedora, que é natural de Fortaleza, no Ceará, afirmou em entrevista ao G1 que a medida foi necessária após muitas situações de constrangimento. 

"Eles (homens) entravam na loja, ficavam atrás das mulheres, quando não era depreciando o corpo delas, era olhando para elas trocando de roupa no provador através das cortinas. Temos um estúdio de fotografia dentro da loja e muitos homens vinham e entravam apenas para olhar as modelos", afirma a empresária. 

Os cartazes afirmam que não são bem-vindos os homens que depreciam o corpo das mulheres, que traem suas companheiras e flertam com as atendentes do estabelecimento. Andrea revela que chegou a criar ambientes estratégicos dentro da loja para que os homens que acompanham suas mulheres não tenham acesso visual ao estúdio, mas eles se recusam a esperar no local, insistindo em permanecer perto dos provadores e estúdio de fotos. 

"Às vezes preciso fechar a vitrine, porque muitos deles ficam no vidro tentando olhar para as modelos. Outros humilhavam as companheiras, reclamando do decote ou desautorizando o uso de uma ou outra peça de roupa. É muito constrangedor para nós, para os clientes, para minhas funcionárias. Foi o único jeito de oferecer segurança para todas aqui", completa. 

Em contrapartida, a loja se diz receptiva a clientes acompanhadas por animais de estimação. “Seu pet é bem-vindo aqui”, consta em um cartaz afixado na vitrine. Segundo a empresária, água, ração e biscoitos estão à disposição dos bichinhos. “Precisamos de ações contundentes como essa para criar uma sociedade melhor e mais justa para todos”, declara. 

Nas redes sociais, Andrea compartilhou uma captura de tela de uma avaliação com uma estrela (nota mais baixa) no perfil da loja no Google. A empresária afirma que alguns homens estão indo à página do negócio avaliar mal a Mr. Luxos, como uma forma de retaliação.

COMENTÁRIOS dos leitores