EUA alertam que atirador de Uvalde pode inspirar massacres

O massacre de 24 de maio em Uvalde "foi elogiado em fóruns da Internet conhecidos por promover o extremismo nacional violento", alertou o Departamento de Segurança Nacional

ter, 07/06/2022 - 12:56
CHANDAN KHANNA Cruzes com os nomes de alguns dos 21 mortos em um tiroteio em uma escola do Texas CHANDAN KHANNA

Os extremistas na Internet aplaudiram o tiroteio na escola do Texas, na qual morreram 19 crianças e duas professoras, e fizeram um apelo para cometer ataques semelhantes, alertou nesta terça-feira (7) o governo americano em seu último relatório de alerta terrorista.

O massacre de 24 de maio em Uvalde "foi elogiado em fóruns da Internet conhecidos por promover o extremismo nacional violento e as teorias da conspiração por parte de indivíduos que incentivaram a replicá-la", alertou o Departamento de Segurança Nacional.

Outros "afirmaram que se tratava de uma farsa organizada pelo governo para aprovar medidas de controle de armas", acrescentou o governo americano.

Os tiroteios em massa que têm grande repercussão midiática nos Estados Unidos costumam inspirar outros indivíduos, uma tendência que os investigadores apelidaram de "efeito imitação".

De acordo com o Departamento de Segurança Interna, foi assim que foi concebido o ataque racista de 14 de maio em Buffalo, Nova York, no qual dez afro-americanos foram mortos a tiros em um supermercado.

O autor, um jovem supremacista branco, disse que foi "inspirado" pelo ataque a duas mesquitas na Nova Zelândia em 2019, escreveu o Departamento.

A recente onda de ataques mortais mostrou que os Estados Unidos enfrentam uma ameaça interna "complexa e dinâmica" e que pode ser "ainda mais dinâmica", disse ele.

A decisão da Suprema Corte sobre o aborto prevista para o final de junho, uma mudança regulatória na fronteira sul que deve ser seguida por um aumento nas chegadas de migrantes e as eleições de meio de mandato em novembro podem "ser usados para justificar atos de violência", segundo o boletim.

O Departamento de Segurança Interna, criado após os ataques de 11 de setembro, emite regularmente esses avisos, mas historicamente eles se concentram em ameaças externas, especialmente nos jihadistas.

O primeiro boletim informativo focado em ameaças domésticas foi publicado em janeiro de 2021, depois que apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio.

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