Polícia Federal prende suspeitos do golpe do 'chupa-cabra'

Esse golpe consiste em clonar as trilhas e senhas dos cartões por dispositivos maliciosos instalados nos terminais eletrônicos da Caixa Econômica Federal

por Jameson Ramos sex, 26/08/2022 - 12:14
Divulgação/Polícia Federal Caixa eletrônico violado por bandidos Divulgação/Polícia Federal

Por meio da Operação Polegar, deflagrada em Caruaru, Agreste de Pernambuco, na última quarta-feira (24), a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão e duas prisões preventivas em Fortaleza, no Ceará. O grupo é suspeito de realizar furtos nas contas das vítimas por meio de dispositivos eletrônicos chamados de "chupa-cabra".

Esse golpe consiste em clonar as trilhas e senhas dos cartões por dispositivos maliciosos instalados nos terminais eletrônicos da Caixa Econômica Federal, além da captura de envelopes de depósitos bancários.

As investigações tiveram início em 2021, quando houve registro de furtos em Caruaru, Belo Jardim, Santa Cruz do Capibaribe, Carpina, Paudalho, Paulista, Recife e Ipojuca. Segundo a PF, o próprio banco informou outros delitos que teriam ocorrido no Rio Grande do Norte, Tocantins e Ceará.

Como funciona o golpe do "chupa-cabra"

A Polícia Federal explica que os suspeitos sobrepõem, através de fita adesiva dupla face, um falso mecanismo de entrada do cartão para copiar a trilha do mesmo, aliado a uma microcâmera que fica perto do teclado para filmar a digitação da senha. Ambos os dispositivos possuem em seu interior mecanismo eletrônico capaz de gravar. 

Após algum tempo, os criminosos voltam ao banco, retiram os equipamentos que foram colocados e depois confeccionam vários cartões com as informações capturadas. De posse das senhas, realizam saques em dinheiro, causando prejuízos ao correntista e às instituições bancárias. 

Como se proteger

Primeiro: assim que for fazer qualquer pagamento ou saque com o seu cartão, procure puxar para fora o local onde ele é inserido. Se o criminoso estiver sobreposto algum dispositivo idêntico com fita adesiva dupla face será facilmente retirado.

Segundo: observe se na parte de cima do caixa não existe uma microcâmera que, via de regra, tem formato retangular e possui um pequeno orifício apontado para o teclado.

Terceiro: todas as vezes que for digitar a sua senha no teclado do caixa eletrônico procure colocar uma mão sobre a outra com o objetivo de impedir a filmagem de senha ou a visualização de pessoas que estão ao seu redor.

A PF destaca que, ao fazer qualquer transação financeira num terminal eletrônico e perceber que aparece sempre uma mensagem de erro no decorrer da operação, o cliente deve desconfiar e verificar se o caixa não foi violado, colocando suas mãos nas laterais do terminal eletrônico e puxando para sua direção. Se algum mecanismo frontal estiver sobreposto ele será facilmente retirado.

Se for constatada a adulteração ou o seu cartão ficar preso no terminal eletrônico entre em contato urgente com o banco através do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC). Geralmente a instituição financeira manda um funcionário de segurança privada imediatamente ao local para verificar o que está ocorrendo com o terminal - o funcionário deve estar credenciado.

O cliente também pode ligar para a polícia militar através do número 190. Lembre-se que os bandidos podem estar fora da agência. Por isso é importante, sempre que possível, fazer seus saques no horário comercial,  quando o movimento de pessoas é maior. Evitar transações no terminal pela noite também é uma alternativa de segurança.

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