Comunidade surda protesta por mais inclusão no Recife

Nesta segunda-feira (26), comemora-se o Dia Internacional da Linguagem de Sinais

por Jameson Ramos seg, 26/09/2022 - 12:22
Chico Peixoto/LeiaJáImagens Comunidade surda em protesto no Recife Chico Peixoto/LeiaJáImagens

Nesta segunda-feira (26), no Dia Internacional da Linguagem de Sinais, ouvintes e surdos caminharam pelo Centro do Recife na 20ª passeata de surdos de Pernambuco em protesto por mais inclusão e por mais escolas bilíngues em Pernambuco. 

Rogério Santos, coordenador de educação inclusiva da cidade de Barreiros, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, explica que a luta é por mais inclusão. “Estamos na luta por escolas que sejam bilíngues, pelo reconhecimento da língua de sinais, pela acessibilidade de Libras. Esse movimento é um marco porque, mesmo depois da pandemia da Covid-19, ele não se desfez e esse momento mostra o quanto a sociedade surda é forte. A gente precisa continuar incentivando a sociedade a ser mais inclusiva com a comunidade surda, difundindo a Libras (Língua Brasileira de Sinais)”, destaca Rogério.

Carol Logman, que é uma pessoa surda, aponta que a atividade de hoje é para destacar o dia do “orgulho surdo” e para dar visibilidade a essa comunidade. Ela aponta que a população foi às ruas por mais inclusão, escolas bilíngues de referência para os surdos em Pernambuco, onde possam aprender a primeira língua de forma de empoderamento, onde possam ver o mundo de forma diferente.

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“A gente está lutando para continuar desenvolvendo a nossa língua, que é a Libras, e acabar com o capacitismo. Queremos que vocês, ouvintes, possam se comunicar conosco, aprendam mais sobre a comunidade surda. Aí vocês vão conseguir entender a importância da nossa língua, da nossa luta e da nossa cultura”, fala Logman.

Ela explica que o dia 26 de setembro foi escolhido para representar a comunidade porque foi neste dia quando se foi criado o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), centro de referência nacional na área da surdez, que subsidia a formulação de políticas públicas.

“A gente pretende hoje se reunir com a prefeitura [do Recife] para pedir várias questões, mas o principal é a escola bilíngue para os surdos porque é o primeiro passo para que a criança surda possa se desenvolver. Já existem algumas escolas, mas não são bilíngues, de referência, para que também o professor possa ser surdo, onde ele fale de surdo para surdo” assevera.

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