Índia: 2,1 mil homens são presos por casamento com menores

As prisões ocorreram durante esta semana, disseram autoridades

sab, 04/02/2023 - 16:41
Pixabay Entre os presos estão pelo menos 50 sacerdotes hindus e clérigos muçulmanos de Assam Pixabay

A polícia indiana prendeu mais de 2 mil homens em operação para reprimir casamentos infantis ilegais entre adultos e meninas com menos de 18 anos durante a semana. As prisões ocorreram durante esta semana, disseram autoridades.

Entre os presos estão pelo menos 50 sacerdotes hindus e clérigos muçulmanos de Assam, disse o chefe da polícia estadual, Gyanendra Pratap Singh. "Até agora prendemos 2.169 homens com base em 4.074 casos policiais registrados", disse Singh.

Muitos casos de casamento infantil em Assam, Estado de 35 milhões de habitantes, não são denunciados. Apenas 155 ocorrências foram registradas em 2021, e 138 em 2020, de acordo com o Departamento Nacional de Registros Criminais do país.

Na Índia, a idade legal para casar é 21 anos para homens e 18 para mulheres. Pobreza, educação precária e normas e práticas sociais, principalmente nas áreas rurais, são consideradas razões para matrimônios infantis ilegais.

As TVs mostraram a prisão de homens enquanto mulheres jovens com bebês nos braços, choravam e protestavam contra as detenções. "Estávamos lutando e de alguma forma conseguindo sobreviver. Éramos felizes juntos. Quem vai prover nosso sustento agora que meu marido foi preso?" perguntou uma jovem.

Singh disse que os casamentos infantis são uma das razões para as altas taxas de mortalidade infantil e materna do Estado. "Pedi à polícia de Assam que agisse com um espírito de tolerância zero contra o crime imperdoável e hediondo contra as mulheres", tuitou Himanta Biswa Sarma, principal autoridade eleita do estado.

O Parlamento da Índia está considerando uma legislação para aumentar a idade para o casamento das mulheres de 18 para 21, a fim de alinhá-la com a dos homens e promover a igualdade de gênero.

O ministro da Mulher e Desenvolvimento Infantil da Índia, Smriti Irani, disse ao Parlamento na sexta-feira, 3, que a mudança permitiria que as meninas concluíssem sua educação formal e alcançassem a independência econômica, além de atingir a maturidade física e psicológica.

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