Jovens atacados por tubarões estão estáveis, diz HR

Os adolescentes foram mordidos enquanto tomavam banho de mar

por Rachel Andrade ter, 07/03/2023 - 14:02
Julio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Os jovens estão internados no Hospital da Restauração, no Recife Julio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

Os adolescentes de 14 e 15 anos, que foram mordidos por tubarões na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no início da semana (5 e 6), seguem internados no Hospital da Restauração, no Recife, em estado estável.

O menino de 14 anos foi mordido no último domingo (5), na altura da Igreja de Piedade, em uma área interditada para banho de mar desde 2021. No mesmo dia ele foi internado no HR e passou por cirurgia. Já a garota de 15 anos deu entrada na última segunda-feira (6), após ter sido mordida também durante banho de mar. No entanto, ela estava em área onde não havia sinalização de perigo, sendo considerada uma região segura para mergulho e acesso de banhistas.

Ambos estão sendo atendidos pela equipe multiprofissional do hospital, mas sem previsão de alta.

Segurança nas praias

A pauta da segurança de banhistas voltou à tona nas discussões entre as autoridades. Nesta terça-feira (7) a governadora Raquel Lyra (PSDB) se reúne com representantes dos municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR) e outros órgãos, como o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT), ligado à Secretaria de Defesa Social (SDS). O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Luiz Medeiros, também estará presente, tendo em vista que o local com maior incidência de casos envolvendo mordida de tubarão é na costa do município.

O Instituto Praia Segura, organização não governamental (ONG), que busca promover conscientização à população e segurança ambiental para a vida marinha, relembra que projetos já foram desenvolvidos para ajudar a sanar o problema, mesmo que parcialmente, da presença de tubarões nas praias da RMR. Um dos projetos propostos pela ONG é a retomada dos estudos de aplicação de telas de proteção, que foram analisadas ainda desde 2005 até 2013, quando questões burocráticas tomaram a situação e as pesquisas foram interrompidas.

Instituições como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Corpo de Bombeiros, entre outras, estavam envolvidas no desenvolvimento dessas telas, com acompanhamento de sua eficácia e durabilidade.

A ONG ainda destaca que é preciso investigar a causa dos eventos mais recentes, levantando suspeita de uma interferência na vida marinha da costa pernambucana. “Citamos dois que deverão ser analisados: Dragagem do Porto do Recife, ocorrida ano passado; Dragagem recente em canal próximo a Barra de Jangada, onde sedimentos foram expelidos para o mar, atraindo tubarões, água do Paiva está turva, areia escura e com sedimentos de mangue em flutuação. Houve licença ambiental? Houve estudo de impacto ambiental? Perguntas precisam ser respondidas”, comenta a organização, por meio de nota.

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