Bacen decide nova taxa de juros nesta quarta-feira (3)

O consenso entre economistas é de que o BC poderá cortar taxa Selic

qua, 03/05/2023 - 18:44
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anuncia nesta quarta-feira (3) a sua decisão a respeito da taxa de juros de referência da economia brasileira, a Selic. De forma considerável, o consenso dos economistas é de que o BC irá cortar na taxa mais cedo. Os juros básicos estão desde agosto do ano passado em 13,75%, no maior patamar desde 2016.

 O consenso entre economistas é de que os diretores do BC devem manter a taxa onde está e que não devem também mudar consideravelmente seu tom mais duro em relação aos próximos passos, mesmo com a avaliação crescente, que ganhou forma nos últimos meses, de que há espaço para que o Banco Central comece os cortes na taxa mais cedo.

Alguns indicadores, de fato, passaram a ajudar o Banco Central na tarefa de avaliar os juros altos e, com eles, a pressão que causam sobre a economia. Foi o caso de vários sinais de uma desaceleração já em curso no Brasil e no mundo, como o Produto Interno Bruto (PIB) negativo no último trimestre do ano passado, as quedas na indústria e no varejo e uma inflação que passou a perder força rapidamente.  

Também trouxe alívio para o cenário a apresentação pelo governo, no fim de março, de sua proposta para a regra fiscal que deverá substituir o atual teto de gastos. Por outro lado, há diversos fatores que ainda carregam o caminho para juros mais baixos, e mesmo que uma ala dos bancos e consultorias esteja revisando para baixo suas projeções para os juros, as reduções são suaves.

O QUE AINDA IMPEDE A QUEDA DA SELIC

Preços de itens como serviços ainda em alta, expectativas para a inflação deste e do próximo ano ainda afastadas da meta, e também, um mercado de trabalho resiliente e aquecido estão entre os elementos mencionados pelos analistas do outro lado da balança que ainda impedem o BC de ser mais agressivo em sua descida de juros.  

Atualmente, de acordo com o relatório semanal Focus, do BC, a projeção média do mercado é que a Selic chegue ao fim de 2023 aos 12,5%, em uma ligeira redução em relação ao projetado há duas semanas (13,75%), mas ainda acima do que no começo do ano, quando a estimativa geral era estava em 12,25%.

É também um nível abaixo dos 13,75% atuais. As projeções para a inflação, por outro lado, seguem sendo revistas para cima e falam, atualmente, em um IPCA a 6% ao fim do ano – mais alto, inclusive, do que está agora (4,65% em março) e ainda longe da meta que deveria ser cumprida pelo BC neste ano, que é de 3,25%, com margem de tolerância entre 1,75% e 4,75%.

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