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Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nessa quarta-feira (1º), novo corte de 0,5 ponto porcentual para a Selic, que passou de 12,75% para 12,25%, no momento em que o governo discute a revisão da meta de déficit zero para as contas públicas em 2024. Foi o terceiro corte consecutivo.

Em comunicado divulgado após a reunião, o colegiado repetiu a defesa da "firme persecução" das "metas fiscais já estabelecidas" para a redução das expectativas de inflação. "Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas", diz o texto.

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Como o Estadão informou, o valor da nova meta fiscal vai depender de uma definição mais clara de quanto o governo conseguirá obter de aumento de receitas com as medidas já apresentadas ao Congresso. Para atingir a atual meta, a equipe econômica teria de buscar R$ 168,5 bilhões em receitas extras.

O BC afirmou que o novo corte da taxa básica de juros foi "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025".

O Copom indicou ainda que, mantidas as condições atuais, a Selic poderá ser reduzida "na mesma magnitude" (em 0,5 ponto) nas próximas reuniões. O colegiado volta a se reunir no início de dezembro. "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", diz o comunicado do Copom.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A reunião de análise de conjuntura do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que havia começado às 10h09, terminou às 11h18 desta quarta-feira, 20. Nessa primeira fase da reunião do Copom, que começou na terça-feira, 19, o colegiado revisita temas importantes para a tomada de decisão da taxa Selic.

Nesta quarta à tarde ainda ocorre a segunda parte do encontro do Copom, na qual o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição definem o nível da Selic, que será anunciado a partir de 18h30, já no período da noite.

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Após o início do afrouxamento monetário, em agosto, os juros básicos da economia brasileira estão em 13,25% ao ano, de 13,75% antes.

É unânime no mercado financeiro a aposta em nova redução de 0,50 ponto porcentual, para 12,75% ao ano, conforme amplamente sinalizado pelo Banco Central.

Em agosto, o Copom afirmou que seus membros, unanimemente, anteviam redução da mesma magnitude nas reuniões seguintes. Desde lá, em participações em eventos públicos, os diretores do BC têm repetido que a "barra" é alta para acelerar o passo.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), define, nesta quarta-feira (20), em Brasília, a taxa básica de juros, a Selic. Na sexta reunião de 2023, a expectativa é que o órgão reduza a taxa dos atuais 13,25% ao ano para 12,75% ao ano. Esse deverá ser o segundo corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário diante da forte queda da inflação nos últimos meses. 

Na ata desse último encontro, os membros do colegiado já previam cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões. Segundo o documento, o órgão avalia que esse será o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista (juros que desestimulam a economia) necessária para controlar a inflação.  

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Segundo a edição mais recente do Boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica realmente cairá 0,5 ponto percentual, embora algumas instituições projetem corte de até 0,75 ponto. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,75% ao ano. 

Inflação 

Na ata da última reunião, o órgão também informou que a evolução do cenário econômico e a forte queda da inflação permitiram “acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”. Após uma série de comunicados duros no início do ano, em que não descartava a possibilidade de elevar a Taxa Selic, o Copom mudou de tom por causa do comportamento dos preços. 

Apesar do recuo da inflação, o Copom informou que alguns preços ainda estão subindo ou caindo menos que o previsto. De acordo com o órgão, a autoridade monetária reduzirá os juros de forma conservadora. 

Com a forte desaceleração dos índices de preços nos últimos meses, as expectativas de inflação têm caído. Segundo o Focus, a estimativa de inflação para este ano passou de 4,93% para 4,86%. 

Em agosto, puxada por habitação e saúde, o IPCA ficou em 0,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de acelerar em relação a julho, o indicador ficou abaixo das previsões por causa da queda do preço dos alimentos. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 3,23% no ano e de 4,61% nos últimos 12 meses. 

Para este ano, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC - definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) - é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois anos, com o mesmo intervalo de tolerância. 

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária reconhece a possibilidade de leve estouro da meta de inflação neste ano. No documento, a estimativa é que o IPCA atingirá 5% este ano. O próximo relatório será divulgado no fim de setembro. 

Taxa Selic 

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião. 

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.   

Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.   

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

 

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai manter o ritmo de cortes da taxa Selic na reunião da semana que vem, com mais uma redução de 0,50 ponto porcentual (para 12,75% ao ano), e vai sinalizar a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário. "Mais do que reduzir meio ponto, indicando que vai [continuar a] cair. Isso é fundamental", afirmou, em entrevista à jornalista Miriam Leitão, na GloboNews.

Alckmin criticou o Banco Central por ter mantido a taxa Selic em 13,75% ao ano durante um ano.

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"Em 2020, a inflação era, que nem hoje, 4%, e os juros eram 2%. Era negativo 2%. E o problema não é ter levado a 13,75%, é manter um ano a 13,75%. É um verdadeiro milagre da economia brasileira conseguir crescer", disse o vice-presidente.

Para Alckmin, o nível restritivo da taxa Selic inibe investimentos. "Quem precisa tomar empréstimo, não toma, porque tem dificuldade, e quem poderia investir também não investe, é desestimulado para ficar na ciranda financeira."

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, elevou o tom contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e criticou a falta de diálogo com o presidente da instituição. Chamando-o de "cidadão", Lula sugeriu que Campos Neto mantém contato com "quem o indicou", em referência ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

"O presidente do Banco Central não foi indicado por nós, foi indicado pelo governo anterior e o Banco Central, agora, é autônomo, não tem mais interferência da presidência da República que podia chamá-lo para conversar", disse Lula. "Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não conversa comigo. Ele deve conversar com quem o indicou e, quem o indicou, não fez coisas boas neste país", acrescentou.

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As declarações ocorreram durante a cerimônia comemorativa de 18 anos de criação do Programa Agroamigo, nesta sexta-feira, 1º, em Fortaleza, no Ceará.

Nas falas, o chefe do Executivo voltou a criticar a taxa básica de juros, a Selic, a 13,25%, após um corte do Comitê de Política Monetária (Copom) no início de agosto. Desde então, Lula ainda não havia comentado sobre a queda da Selic.

"O cidadão ao Banco Central precisa saber que ele é presidente do Banco Central do Brasil, e não do Banco Central de um país que não seja o Brasil", comentou, pedindo queda na taxa básica de juros.

Mencionando seu antecessor e principal adversário político, Bolsonaro, o presidente voltou a dizer que "o mandato para quem está no governo passa muito rápido, mas para quem está na oposição esperando, a vaga demora muito". "O Bolsonaro deve estar coçando as unhas e mordendo porque vai demorar para ele. Vai demorar e, certamente, ele não voltará", declarou.

Oferecimento de crédito

Lula disse que o governo precisa encontrar dinheiro para oferecer crédito a quem quer trabalhar e produzir, inclusive quando a demanda pelos empréstimos é maior que o orçamento original dos programas.

O presidente também se referiu aos programas Agroamigo e Crediamigo, do Banco do Nordeste. "Os juros estão altos, porque 2,16% ao mês é muita coisa", declarou. Segundo Lula, "precisamos baixar mais ainda", mas sem quebrar o banco.

De acordo com o presidente, a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) "só têm sentido de existir se for para fazer as coisas diferentes do que fazem os bancos privados".

Em sua avaliação, o BNDES precisa de muito dinheiro, mas não lhe é oferece a quantidade necessária. "Precisamos de dinheiro para investir a juros baratos", afirmou.

Na esteira do oferecimento de crédito, Lula pontuou que os grandes produtores rurais são muito importantes, mas que são os pequenos que produzem mais alimentos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne nesta terça (1) e quarta-feira (2) de agosto, para deliberar sobre a taxa Selic. A expectativa é que haja um corte, após a Selic estar em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. Os economistas do Boletim Focus, desta semana, mantiveram em 12% a estimativa para a taxa básica de juros ao fim de 2023, mas reduziram, pela segunda semana seguida, as projeções para a inflação, de 4,90% para 4,84%. 

Em consideração a projeção de 12% ao fim deste ano e as quatro reuniões do Copom que ainda irão ocorrer, o mercado já apura os custos a uma redução de 1,75 ponto percentual e com isso, cresce a expectativa de que 0,5 ponto seja cortado no encontro de agosto. Segundo o economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel de Barros, "os núcleos de inflação ainda estão em patamar elevado e incompatível com a meta de inflação perseguida pelo Banco Central". 

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Apesar da estimativa, as projeções para os próximos anos foram reduzidas em 2024, de 9,50% para 9,25%; em 2025, de 9% para 8,75% e em 2026, de 8,63% para 8,50%. Quanto à inflação projetada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), além do corte para 2023, o mercado também checou para baixo a estimativa para 2024, de 3,90% para 3,89%; para 2025 e 2026, estabilidade em 3,50% para os dois anos. 

Para o avanço econômico, a persistência das projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 2,24% para 2023; em 1,30% para 2024 e, 1,90% para 2025. Já para 2026, a projeção diminuiu de 1,88% para 1,97%. Na transferência, com a queda juntada nos últimos meses, os economistas revisaram as projeções para os próximos anos, de R$4,97 para R$4,91 para 2023; de R$5,05 para R$5 em 2024; de R$5,12 para R$5,08 para 2025, e de R$5,20 para R$5,10 para 2026. 

 

O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou a jornalistas que deseja aprovar a "convocação" do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para prestar depoimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado o "quanto antes".

Desde a aprovação da autonomia do Banco Central, o presidente da autarquia, porém, perdeu status de ministro e, assim, não pode ser convocado à CAE - é apenas convidado a comparecer.

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Questionado se o governo apoia o que chamou de "convocação" a Campos Neto, Randolfe respondeu: "É uma iniciativa minha."

Sob renovada pressão diante da melhora do cenário inflacionário, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou às 10h15 desta terça-feira (20). É o quarto encontro no novo mandato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem pressionado pela queda de juros desde o início do ano.

O Copom começou na manhã desta terça com a primeira sessão de análise de conjuntura, primeira parte da reunião em que o Copom revisita temas importantes para a tomada de decisão da taxa Selic. A discussão sobre a conjuntura se estende pela tarde de hoje e a manhã da quarta-feira, 21.

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Na quarta à tarde, ocorre a segunda parte do encontro, quando o colegiado define o nível da Selic, que é anunciado a partir de 18h30.

Apesar da forte ofensiva do governo, a expectativa majoritária é de manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida. De 46 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast, 45 esperam estabilidade e apenas uma espera queda para 13,50% ao ano.

Mas a maioria do mercado prevê que o BC inicie o ciclo de flexibilização em agosto, exatamente um ano após finalizar o aperto monetário mais longo de sua história. Desde o Copom de maio, um conjunto de notícias favoráveis se acumularam no cenário inflacionário e foram reconhecidas por membros do colegiado.

Houve surpresas desinflacionárias nos dados de curto prazo, incluindo em preços de serviços, descompressão de expectativas de inflação e apreciação cambial, além de continuidade da deflação nos índices de preços ao produtor.

No campo fiscal, o novo arcabouço fiscal foi aprovado na Câmara, com endurecimento de regras, e está em tramitação no Senado, o que já teve efeito sobre o mercado de juros futuros.

Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que esse movimento e a queda de expectativas inflacionárias abrem espaço para um juro mais baixo à frente, embora tenha pedido "paciência" em evento com executivos do setor do varejo.

No Boletim Focus, as medianas são de 5,12% para o IPCA - índice de inflação oficial - de 2023, ainda acima do teto da meta (4,75%), e de 4,04% para 2024, superior ao centro da meta (3,00%). No último Copom, as projeções do colegiado eram de 5,8% e 3,6%, nessa ordem, mas a expectativa é de que haja redução nessa reunião graças à descompressão das medianas na Focus e a apreciação cambial.

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anuncia nesta quarta-feira (3) a sua decisão a respeito da taxa de juros de referência da economia brasileira, a Selic. De forma considerável, o consenso dos economistas é de que o BC irá cortar na taxa mais cedo. Os juros básicos estão desde agosto do ano passado em 13,75%, no maior patamar desde 2016.

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 O consenso entre economistas é de que os diretores do BC devem manter a taxa onde está e que não devem também mudar consideravelmente seu tom mais duro em relação aos próximos passos, mesmo com a avaliação crescente, que ganhou forma nos últimos meses, de que há espaço para que o Banco Central comece os cortes na taxa mais cedo.

Alguns indicadores, de fato, passaram a ajudar o Banco Central na tarefa de avaliar os juros altos e, com eles, a pressão que causam sobre a economia. Foi o caso de vários sinais de uma desaceleração já em curso no Brasil e no mundo, como o Produto Interno Bruto (PIB) negativo no último trimestre do ano passado, as quedas na indústria e no varejo e uma inflação que passou a perder força rapidamente.  

Também trouxe alívio para o cenário a apresentação pelo governo, no fim de março, de sua proposta para a regra fiscal que deverá substituir o atual teto de gastos. Por outro lado, há diversos fatores que ainda carregam o caminho para juros mais baixos, e mesmo que uma ala dos bancos e consultorias esteja revisando para baixo suas projeções para os juros, as reduções são suaves.

O QUE AINDA IMPEDE A QUEDA DA SELIC

Preços de itens como serviços ainda em alta, expectativas para a inflação deste e do próximo ano ainda afastadas da meta, e também, um mercado de trabalho resiliente e aquecido estão entre os elementos mencionados pelos analistas do outro lado da balança que ainda impedem o BC de ser mais agressivo em sua descida de juros.  

Atualmente, de acordo com o relatório semanal Focus, do BC, a projeção média do mercado é que a Selic chegue ao fim de 2023 aos 12,5%, em uma ligeira redução em relação ao projetado há duas semanas (13,75%), mas ainda acima do que no começo do ano, quando a estimativa geral era estava em 12,25%.

É também um nível abaixo dos 13,75% atuais. As projeções para a inflação, por outro lado, seguem sendo revistas para cima e falam, atualmente, em um IPCA a 6% ao fim do ano – mais alto, inclusive, do que está agora (4,65% em março) e ainda longe da meta que deveria ser cumprida pelo BC neste ano, que é de 3,25%, com margem de tolerância entre 1,75% e 4,75%.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 21, que a economia não gira em torno da Selic. Ao ouvir de um empresário na Lide Brazil Conference que o elevado patamar da taxa de juros atrapalha o Brasil a crescer, Campos Neto respondeu que só 20% do crédito é ligado à Selic; o restante é ligado a taxas longas. "Obviamente, o Banco Central quer cair o juro", disse.

"Se a gente não conseguir fazer um movimento na Selic com credibilidade, a taxa longa não cai", justificou. "O que move o Brasil não é a taxa de juros de um dia, é a taxa de juros de três, cinco, dez anos. Para fazer que a queda da Selic gere um movimento de queda prolongada de juros, precisa ter credibilidade. O Banco Central está esperando o melhor momento para fazer para que isso tenha um ganho real para as pessoas. A economia não gira na Selic".

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Para justificar a necessidade de se manter a Selic no patamar em que se encontra, Campos Neto comparou a política monetária a uma tubulação de água que se encontra entupida. Ou seja, para se atingir o fluxo de água desejado numa tubulação entupida, e neste caso pelo elevado porcentual de crédito, o BC precisa elevar a pressão da água.

"Uma das coisas que explicam a tubulação de política monetária entupida é o elevado porcentual de crédito direcionado", disse, explicando que quando isso ocorre e a política monetária muda, o BC não tem influência sobre este porcentual.

Então, de acordo com ele, para se ter o efeito desejado o BC aumenta a pressão de juro na "tubulação congestionada". "É o efeito que a gente chama também da meia entrada. Se você tem a meia entrada, a principal tem que ser mais cara para compensar", disse acrescentando que enquanto no Brasil há 40% de direcionamento de crédito, em outros países o índice é de, em média, 4%. "Isso explica, em parte, o porquê de às vezes o nosso juro ser mais alto. É porque um componente de crédito subsidiado mais alto faz com que nossa política monetária tenha menos efeito".

Campos Neto insistiu que, estruturalmente, a taxa de juro tem que ser maior quando o componente de crédito subsidiado é também maior. "Isso não é porque eu acho A ou B é correto ou errado. Isso é um estudo que sai da relação entre potência da política monetária e o espaço que a gente tem", afirmou.

Sobre os argumentos de que a taxa de juro real no Brasil é muito alta, o presidente do BC diz que se for comparar a taxa real de um país que já aumentou a taxa nominal com países que ainda estão subindo a sua taxa nominal de juro, o resultado da comparação das taxas reais será distorcido.

"Então, a gente precisa medir contra o núcleo da inflação, dado que nossa inflação cheia tem a contaminação da desoneração dos preços de comunicação, gasolina e energia elétrica. Isso afetou a inflação cheia. Mas ela é alta, mas não está muito distante das dos outros", disse Campos Neto.

O presidente do Banco Central fez um discurso amparado em números, no qual defendeu com veemência o sistema de metas de inflação e a autonomia do BC. "O anseio pela queda de juros é político, mas nosso trabalho é técnico", afirmou Campos Neto.

O dirigente lembrou que a Argentina aumentou sua meta e a taxa de juros caiu, mas a inflação disparou. Segundo Campos Neto, se o Banco Central não tivesse aumentado a taxa de juros na eleição, hoje a Selic seria de 18,75%. "Quando a inflação sai do controle, as empresas e o ricos se adaptam, mas os pobres não. Inflação é desigualdade e aumento de pobreza. Quem tem menos recursos não consegue se proteger", afirmou.

O economista frisou que, se for feito um ajuste de juros "sem as condições", o resultado pode ser "desastroso" para o crédito. "Países que abandonaram o sistema de meta entraram num sistema inflacionário muito alto", completou.

O presidente do Senado Brasileiro, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou nesta sexta-feira, 21, a se dirigir ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pedir a redução da taxa básica de juros brasileira. Pacheco fez o pedido no seu discurso de abertura do segundo e último dia do evento Lide Brazil Conference London na capital britânica.

De acordo com Pacheco, a atual taxa de juros brasileira, em 13,75% ao ano torna difícil o crescimento da economia brasileira.

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"Quero mais uma vez destacar ao nosso querido Roberto Campos Neto, com devida vênia, a nossa reivindicação relativamente ao juro do Brasil, com a natural cordialidade respeito e acatamento, mas é uma súplica do Congresso Nacional. Não poderia deixa de externar que 13,75% ao ano realmente são muito difíceis para o crescimento do Brasil e tenho certeza que o BC, sob a condução de Roberto Campos Neto, haverá de cuidar de maneira muito veemente para que essa taxa de juro se reduza no Brasil", disse.

Pacheco reforçou também os compromissos dele e do Senado com uma arrecadação sustentável e inteligente e razoável, sem a criação de novos impostos.

O senador também redobrou seu compromisso com o acordo bilateral firmado entre o Brasil e o Reino Unido à não bitributação e ao marco legal das garantias, um pleito colocado ontem no evento, que será colocado para apreciação do Congresso na forma do Projeto de Lei 4188 e com o marco fiscal, que em maio será apreciado na Câmara e no Senado.

O evento, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) na capital britânica, teve início na quinta-feira (20) e se encerra nesta sexta-feira com a palestra do presidente do Conselho do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou hoje (28) que a materialização de um cenário com uma nova regra fiscal “sólida e crível” poderá trazer um processo de desinflação “benigno”. O recado foi dado em ata divulgada nesta manhã, na qual o Copom detalhou o cenário econômico considerado na decisão, de quarta-feira passada, para a manutenção da taxa Selic em 13.75% a.a. 

A apresentação da nova regra fiscal pode ocorrer nesta semana, de acordo com analistas de política. Inicialmente prevista para abril, a divulgação pode ser antecipada após o cancelamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China por causa de um diagnóstico de pneumonia leve.

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Em sinal ao governo, o Copom avaliou também que o compromisso do Ministério da Fazenda em demonstrar responsabilidade fiscal “atenua estímulos sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação no curto prazo”. O que deve ser observado de perto agora é o desenho da nova proposta e sua aplicabilidade. Ainda assim, a autoridade reafirmou que “não hesita em retomar o ciclo de ajustes” sobre a taxa de juros, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. 

“O Copom enfatizou que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal, uma vez que a primeira segue condicional à reação das expectativas de inflação, às projeções da dívida pública e aos preços de ativos”, pronunciou o BC. “No entanto, o Comitê destaca que a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas da inflação, a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos”, complementou.  

A ata ainda avaliou que o cenário global permanece desafiador – o que impacta, em maior ou menor grau, nas incertezas sobre o mercado doméstico. Segundo o Copom, as pressões inflacionárias, a queda nos preços das commodities e a desaceleração da atividade econômica global estão entre os motivos externos que levaram à manutenção da taxa de juros em 13,75%. Além disso, a autoridade cita as condições adversas no sistema financeiro, motivadas pelas recentes turbulências no setor bancário. “O impacto direto sobre os sistemas financeiros doméstico e de outros países emergentes é, até o momento, limitado, sem mudanças na estabilidade ou na eficiência desses sistemas financeiros”, afirmou.  

O Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira (23), gerando uma inversão no movimento de alta verificado mais cedo, enquanto investidores entendem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em manter a taxa Selic no elevado patamar de 13,75%. O movimento da queda levou o principal índice da bolsa brasileira para abaixo dos 100 mil pontos. Por volta das 13h25, o Ibovespa recuava 0,27% enquanto o dólar, no mesmo horário, tinha aumento de 0,7%.  

O movimento pela manutenção dos juros brasileiros já era esperado, mas, contrariando as expectativas da discrição, o BC subiu o tom no comunicado após a decisão e não descartou a possibilidade de mais apertos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou o comunicado “muito preocupante”, na mais recente crítica de membros do governo à autoridade monetária e ao patamar de juros do país. Na véspera, o dólar fechou o dia cotado a R$5,236 na venda, em baixa de 0,17%.

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O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,77% aos 100 mil pontos. O Banco Central fará nesta posição leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional (troca de taxa) para fins de rolagem do vencimento no dia 2 de maio de 2023. No cenário internacional, bancos centrais seguem no radar, após autoridades da Suíça e Noruega indicarem que o ciclo de altas nos juros ainda não terminou.  

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também decidiu sobre a política monetária do Reino Unido nesta quinta e elevou a taxa de juros em 0,25 p.p. A autoridade assegurou esperar que o aumento da inflação esfrie mais rápido do que antes, apesar do aumento inesperado na taxa inflacionária divulgado na última quarta-feira (22). Sobre as perspectivas para o ritmo lento de crescimento econômico do país, os nove membros do BoE votaram por 7 a 2 a favor de um aumento de 25 pontos-base nos juros, para 4,25% - o 11º aumento consecutivo.

O movimento do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) trouxe alívio aos mercados. Apesar da alta de 0,25 p.p. nos juros, a autoridade adotou um tom mais moderado para discutir sobre a trajetória futura da taxa, ao dizer que “algum endurecimento adicional, da polícia monetária, poderá ser apropriado para que a inflação convirja a meta”. 

A cúpula do PT endureceu o discurso contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em reunião realizada nesta segunda-feira, 13, o Diretório Nacional do partido aprovou uma resolução que orienta as bancadas petistas na Câmara e no Senado a convocar Campos Neto para que ele preste esclarecimentos ao Congresso sobre o motivo de manter os juros altos.

Como mostrou o Estadão, dirigentes do PT não apenas endossam a pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Banco Central para reduzir a taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano, como avaliam que é preciso pregar a reorientação da política monetária e da meta de inflação.

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Há na Câmara, atualmente, um requerimento de autoria do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) com um convite para Campos Neto ir ao Congresso. A presidente do PT, deputada Gleisi Hofmann (PR), disse, porém, que o partido optou pela convocação, após acalorado debate sobre o assunto.

"Se ele pode dar entrevista ao Roda Viva, por que não pode prestar esclarecimentos sobre essa política de juros exorbitantes ao Congresso?", perguntou Gleisi, numa referência à participação do presidente do BC na noite de ontem no programa da TV Cultura. "Nós também estamos pedindo a revisão dessa meta fiscal porque isso é um absurdo. Temos de desmistificar o fiscal. Não é possível que o fiscal seja algo que vá na direção contrária ao crescimento econômico", disse.

Gleisi afirmou que, embora o BC tenha autonomia, ninguém é "imexível" no cargo. "Nós queremos que ele (Campos Neto) vá ao Congresso para explicar o que está acontecendo e tentar justificar essa política, que acho injustificável, e ter sensibilidade para mudar sua posição. Nós queremos ter crescimento e emprego no Brasil, não recessão", disse ela.

Polêmica

Durante a reunião do Diretório Nacional, houve uma polêmica referente à possibilidade de convocação do presidente do BC, uma vez que a instituição tem autonomia. "Há um decreto de 2021 que coloca Campos Neto como ministro. Com status de ministro, ele é passível de convocação. Não dá para o Congresso abrir mão de inquiri-lo", afirmou Gleisi.

O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), disse preferir um convite. "O ideal é que ele vá se explicar no plenário, não em comissão, já que o tema interessa a todos", disse. "Aí baixa a tensão e joga água fria nisso. Não vale a pena polemizar."

O convite é um processo mais simples. Na convocação, a autoridade é obrigada a comparecer. O diretório do PT sugeriu essa forma mais dura às bancadas. Depois de apresentado o requerimento, a proposta precisa ser aprovada em alguma comissão da Câmara ou no Senado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, endossou nesta segunda-feira, 13, as críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à política monetária do Banco Central e disse que os juros no Brasil são totalmente "fora de propósito".

Na primeira reunião após a eleição de Lula, o Diretório Nacional do PT vai ampliar a ofensiva contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para pressionar a instituição financeira a reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 13,75% ao ano.

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Em uma exposição de aproximadamente 40 minutos, o ministro da Fazenda afirmou que em nenhum país do mundo esse patamar é tão alto.

Na próxima quinta-feira, Haddad participará da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), ao lado de Campos Neto e da ministra do Planejamento, Simone Tebet.

O Palácio do Planalto e a cúpula do PT querem que o CMN trate, nesse encontro, da mudança da meta de inflação, hoje em 3,25%. Lula já propôs que a meta fique em 4,5% para pode ampliar os gastos públicos.

Diante da plateia formada por dirigentes e parlamentares do PT, Haddad pediu apoio às propostas que serão apresentadas em breve pelo governo, na tentativa de estabilizar a economia.

Na mesma linha, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, disse que a política do Banco Central precisa ter outra direção. "As políticas econômica e monetária precisam ter preocupação com o equilíbrio fiscal, mas também têm de envolver outras metas, como as de crescimento, geração de emprego e combate à fome", argumentou Pimenta.

Pacote

Além de lamentar a alta taxa de juros no Brasil, que impede o crescimento, Haddad também afirmou que o governo vai lançar um pacote ainda neste mês, logo após o Carnaval, para corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR) para contemplar com isenção quem ganha até dois salários mínimos (hoje, R$ 2,6 mil).

O pacote também englobará o aumento do próprio mínimo, que hoje está em R$ 1.302. O ministro não mencionou o novo valor do mínimo, mas a expectativa é a de que fique em R$ 1.320.

As medidas que serão divulgadas após o carnaval incluirão, ainda, o programa Desenrola, que prevê a renegociação de dívidas, com juros menores, de quem ganha justamente até dois salários mínimos. Pelos cálculos da Fazenda, há cerca de 70 milhões de endividados no País.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, decidiu engrossar as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central e pediu "sensibilidade" à autarquia para reduzir a taxa básica de juros no País.

Insatisfeito com o Banco Central, que na semana passada manteve a Selic em 13,75%, Lula tem protagonizado uma ofensiva sobre o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, também pelo fato de ver nele um bolsonarista no governo que não pode ser demitido.

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"O presidente Lula sabe que a diminuição da taxa de juros facilita e impulsiona o emprego e a renda, facilita os investimentos e, consequentemente, facilita um ciclo virtuoso. É o que ele tem deixado claro de forma contundente", declarou Silveira no Palácio do Planalto.

"Não é embate com BC, é posição de governo, que ele Lula teve na campanha e agora continua tendo, o que é extremamente legítimo. Espero que sensibilize o Banco Central para que possamos realmente, na medida do possível, diminuir a taxa de juros", acrescentou.

Após deputados governistas anunciarem que vão protocolar requerimentos para convidar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a explicar na Câmara a política de juros da instituição, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) disse que fará o mesmo no Senado.

"Esse cara precisa ter um pouquinho de independência, de bom senso. Ele não é presidente do PL, não é ministro do Bolsonaro, ele é o presidente do Banco Central. Independência não é ter lado. Ele está tendo lado, um lado ruim para o Brasil. A impressão que dá é que ele está querendo prejudicar o governo Lula mesmo", disse Kajuru, que trocou recentemente o Podemos pelo PSB e agora integra a base governista no Senado.

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Na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e o líder do PSOL, Guilherme Boulos (SP), disseram que apresentarão pedidos para convidar Campos Neto a dar explicações. Pela lei da autonomia do BC, o presidente da autoridade monetária não pode ser convocado pelo Congresso, apenas convidado.

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã desta terça-feira (27), indicou que a projeção para o IPCA de 2023 está em 4,6% no cenário de referência. Para 2024, a projeção para o IPCA está em 2,8%.

Atualmente, o horizonte relevante do Copom inclui os anos de 2023 e, em menor grau, de 2024, mas o BC optou por dar ênfase ao primeiro trimestre de 2024, cuja projeção é de 3,5% em 12 meses, para eliminar ruídos relacionados às desonerações tributárias adotadas este ano.

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"O Comitê optou novamente por dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, que reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora os seus impactos secundários."

Para 2022, a estimativa de IPCA do BC é de 5,8%. "O Comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual", repetiu na ata.

A projeção para 2023 está acima do centro da meta (3,25%), mas levemente abaixo do limite superior, de 4,75%. No caso de 2024, a estimativa está aquém do alvo central (3,00%, banda de 1,50% a 4,50%). Já para este ano, mesmo após as desonerações, a projeção segue indicando novo rompimento da meta, uma vez que supera o teto de 5,00%.

O cenário de referência pressupõe a taxa de juros variando de acordo com a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,20 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, a premissa é de que o barril de petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado pelos próximos seis meses e sobe a 2% ao ano na sequência.

As projeções de IPCA do BC já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom manteve a Selic (a taxa básica de juros) em 13,75% ao ano, encerrando o mais longo ciclo de alta de juros da sua história.

No documento, o BC ainda disse que "se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação". Também alertou que "não hesitará" em retomar o ciclo de alta caso a desinflação não ocorra como esperado.

Ata anterior

Na ata da reunião anterior, em agosto, as projeções de inflação no cenário que considerava juros do Focus e câmbio PPC eram de 6,8% para 2022, 4,6% para 2023 e 2,7% para 2024.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que pode decretar o fim do ciclo de alta de juros na quarta-feira (21) começou às 9h46 (de Brasília) desta terça-feira, 20, com a primeira sessão de análise de conjuntura. A expectativa majoritária do mercado financeiro é de manutenção da Selic (a taxa básica de juros) no patamar atual de 13,75%, conforme 41 das 50 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast. Outras nove projetam alta de 0,25 ponto porcentual, a 14,00%, o que representaria o primeiro aperto monetário em período eleitoral desde 2002.

No Copom de agosto, o BC indicou que o plano de voo era manutenção dos juros em patamar significativamente contracionista após o aumento da Selic naquela reunião, mas que iria avaliar a necessidade de um ajuste residual, de 0,25 ponto porcentual este mês.

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Os juros básicos já estão no mesmo nível da taxa que vigorou de dezembro de 2016 a janeiro de 2017 e o atual ciclo de aperto monetário entrou para história como o mais longo desde a criação do Copom. Já foram 12 aumentos consecutivos desde a mínima histórica de 2%, atingida em meio aos efeitos drásticos da pandemia de covid-19.

A análise de conjuntura se estende pela tarde desta terça e também pela manhã de quarta-feira. Na sequência, à tarde, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), define nesta quarta-feira (3), em Brasília, a taxa básica de juros, a Selic. Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a Selic deverá passar de 13,25% para 13,75% ao ano, com alta de 0,5 ponto percentual. Os analistas de mercado esperam que a taxa permaneça nesse nível até o fim do ano.

Na ata da última reunião, os membros do Copom indicaram que pretendiam aumentar mais uma vez a  Selic em 0,5 ou 0,25 ponto percentual, mas deixaram aberta a possibilidade de promover novas altas caso a inflação persista.

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Até maio, os comunicados do BC indicavam que a autoridade monetária pretendia encerrar o ciclo de elevações em junho. No entanto, as altas além do previsto - promovidas pelo Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) e do Banco Central Europeu - adicionaram pressão sobre os juros brasileiros.

Depois de altas nos últimos meses, as estimativas de inflação têm caído. A última edição do boletim Focus reduziu a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 7,30% para 7,15% neste ano. Em junho, as projeções para o IPCA chegaram a 9%.

Embora a gasolina e a energia elétrica tenham ficado mais baratas nos últimos meses, a guerra entre Rússia e Ucrânia continua impactando os preços do diesel, de fertilizantes e de outras mercadorias importadas. Além disso, a instabilidade na economia norte-americana, que enfrenta a maior inflação nos últimos 41 anos, provoca forte volatilidade na cotação do dólar em todo o planeta.

Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior, 5%. Os analistas consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.

Taxa Selic

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.

Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, pois a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Copom

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do comitê, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

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