'Crustáceo assassino' assusta pescadores na Itália

A área da foz do maior rio da Itália foi conquistada por "este inimigo imparável" em uma "invasão sem precedentes"

qui, 10/08/2023 - 18:32
Pixabay O 'assassino' caranguejo azul Pixabay

Cerca de 50 toneladas de "caranguejo azul" foram coletadas nas últimas 24 horas no Delta do Pó, na Itália, em uma "emergência sem fim", informou a Aliança Cooperativa de Pesca nesta quinta (10).

De acordo com a associação, a área da foz do maior rio da Itália foi conquistada por "este inimigo imparável" em uma "invasão sem precedentes" e, na área de Polesine, na região do Vêneto, toda a comunidade de pescadores está em risco.

Nos últimos dias, o "caranguejo azul", originário do Atlântico ocidental, espalhou-se por vários locais semelhantes a lagoas na Itália, atacando mariscos, ovas de peixe e outras formas de vida aquática, para desespero da indústria.

O governo da Itália, inclusive, decidiu no último conselho de ministros destinar 2,9 milhões de euros para combater a disseminação da espécie particularmente agressiva que está ameaçando o papel do país como um dos maiores produtores mundiais de amêijoas (mariscos).

Segundo a Aliança Cooperativa de Pesca, todos os esforços devem ser concentrados na emergência, cujos efeitos sociais e econômicos explodirão em breve.

"Estamos a falar de mais de 100 milhões de euros que, em vez de fazerem famílias inteiras sobreviverem durante os próximos 12-24 meses, apenas enriqueceram as mandíbulas deste crustáceo assassino", apela.

Os representantes dos pescadores reforçam que é preciso declarar um "estado de emergência" porque será necessário "começar a pensar em congelar o pagamento de impostos, contribuições, prestações de hipotecas e tudo mais grave sobre cooperativas, empresas, trabalhadores e famílias que terão de enfrentar um túnel cuja extensão ninguém pode prever".

A Itália é o maior produtor de mariscos da Europa e o terceiro maior do mundo, atrás da China e da Coreia do Sul, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

Da Ansa

COMENTÁRIOS dos leitores