Hospital nega inserir DIU em mulher por questão religiosa

Segundo a paciente, a médica alegou que o procedimento não poderia ser realizado no local pois vai de encontro com os valores religiosos da instituição

por Guilherme Gusmão qua, 24/01/2024 - 17:26
Divulgação/Hospital São Camilo Hospital São Camilo, em São Paulo Divulgação/Hospital São Camilo

Uma criadora de conteúdos, identificada como Leonor Macedo, revelou em suas redes sociais que não conseguiu realizar a inserção de um dispositivo intrauterino (DIU), na última segunda-feira (22), em uma unidade do Hospital São Camilo, localizada na Pompeia, Zona Oeste de São Paulo. Segundo a mulher, de 41 anos, a médica alegou que o procedimento não poderia ser realizado no local pois vai de encontro com os valores religiosos da instituição.

“Vocês acham que é fácil ser mulher? Ontem fui a uma consulta no Hospital São Camilo e a médica me informou que não pode colocar o DIU em mulheres porque isso vai contra os valores religiosos da instituição”, escreveu Leonor em seu perfil no X, antigo Twitter.

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Em outra publicação, a comunicadora disse que recebeu uma ligação da rede hospitalar, na qual uma representante da empresa explicou que só colocam o DIU nos casos em que as pacientes têm um quadro de endometriose grave. Leonor ainda revelou que o hospital pontuou “que segue os preceitos da Igreja Católica e do Vaticano”.

Após o relato da mulher ter ganhado repercussão nas redes sociais, a rede hospitalar respondeu a sua publicação, afirmando que devido às suas “diretrizes institucionais de uma instituição católica” não pode realizar procedimento contraceptivos, seja em mulheres ou em homens. Além disso, o perfil da empresa disse que em casos semelhantes ao de Leonor, os seus profissionais orientam as pessoas a buscarem “a rede referenciada dos seus planos de saúde que tenha esse procedimento”.

Em nota enviada à imprensa, a rede de hospitais São Camilo informou que, por ser uma “instituição confessional católica, tem como diretriz não realizar procedimentos contraceptivos, em homens ou mulheres. Tais procedimentos são realizados apenas em casos que envolvam riscos à manutenção da vida”. 

 

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