Vereadores do PT debatem candidatura do partido
Múcio Magalhães diz que não é mais o momento de discussão e sim de "construir alianças"
Os vereadores do Recife têm usado a tribuna da Câmara Municipal para falar sobre as decisões do PT em relação às eleições deste ano. Na tarde desta terça-feira (12) os vereadores petistas, Osmar Ricardo e Múcio Magalhães, que são de correntes distintas do partido, comentaram a escolha de Humberto Costa. A decisão da Executiva nacional desconsiderou o fato de o prefeito João da Costa ser o único inscrito para as prévias da legenda no momento da deliberação.
Os petistas, no entanto, defenderam posições diferentes. Múcio Magalhães, da corrente Articulação de Esquerda (AE), afirmou que o tempo de disputas internas do partido havia acabado. Para ele, o momento agora é de construir alianças que vão, segundo ele, dar sustentação a candidatura de Humberto. “É o povo quem ganha com isso. Nosso partido tem seriedade e compromisso e tem coragem de fazer o debate interno, buscando soluções, e assim fizemos. Debate duro e franco e que teve uma decisão. Vamos conjugar forças e unir novamente a Frente Popular do Recife”, defendeu Múcio.
Por outro lado, o vereador Osmar Ricardo, em tom de desabafo, afirmou que não tem medo de ser expulso do partido e que já havia sido ameaçado de expulsão. Osmar também criticou a forma como a direção nacional conduziu a questão das prévias. Segundo ele, algumas figuras do PT alegaram fraude, mas a direção não reconheceu isso.
“Hoje a gente sabe como as coisas aconteceram e a nossa militância não vai dar sossego para aqueles que barraram a candidatura de João da Costa. O outro candidato (Maurício Rands) desistiu porque sabia que a empresa organizadora da lista de votação cometeu enganos e ele perderia no voto. Os caciques do PT ou aqueles que se julgam caciques querem enfiar um nome de goela abaixo. O companheiro João da Costa está sendo perseguido pela ditadura do PT”, disparou Osmar Ricardo, que é aliado do prefeito.
Já o vereador Jairo Brito, que também é aliado de João da Costa, pontuou que o partido deve ser desvinculado de pessoas. Ele acredita que não se pode confundir a história do PT com o comportamento de algumas pessoas que fazem parte dele. “A candidatura de João da Costa não é mais dele, pertence à militância. A gestão dele é uma das melhores dos últimos 50 anos. O prefeito está sendo injustiçado e a sociedade reconhece isso. A militância deu a vitória a ele e isso deveria ter sido respeitado democraticamente”, concluiu Jairo.