Daniel será candidato a deputado federal em 2014

Parlamentar comenta seu ganho de capital eleitoral em 2012 e suas pretensões políticas

dom, 30/12/2012 - 19:34
Dani Neves/LeiaJáImagens

A eleição municipal de 2012 aumentou o capital político não só do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, mas na capital Recife, um nome despontou como renovação na política Pernambucana. O deputado estadual Daniel Coelho (PSDB), disputou pela primeira vez a prefeitura do Recife em 2012 obtendo mais de 250 mil votos. Em 2014 ele pretende se candidatar a deputado federal e começa a articular uma oposição de voz atuante na Assembleia Legislativa (Alepe).



Ao conceder entrevista ao Portal LeiaJá, o tucano faz um relato de seu histórico político, destacando os dois mandatos de vereador do Recife, no qual começou a liderar a bancada da oposição e imprimir uma maneira particular de contestar os desmando dos governos. Questionado sobre a política de privatização que foi implementada pelo PSDB, ele argumentou que PT e PSB também privatizaram as estatais e o PSDB foi os único a manter o controle das empresas termo elétricas.



No balanço de fim de ano, Daniel também fez uma análise de sua campanha a prefeito do Recife, reforçando ter enfrentado um cenário adverso, com o apoio de poucos partidos e indo contra a máquina Pública do Governo Federal (PT) e Governo Estadual (PSB). Outro tema abordado pelo deputado trata das mudanças na direção nacional de seu partido, pois o senador Aécio Neves assumirá a presidência do PSDB já visando as eleições presidências de 2014.

Eleição para vereador e a liderança na bancada de oposição na Câmara do Recife

"Disputei minha primeira eleição em 2004 e me elegi vereador pelo PV, que na época tinha apoiado Cadoca (PSC) para prefeito, mas João Paulo (PT) havia sido reeleito e estava com um popularidade altíssima com índice de aprovação que chegava aos seus 80%. Na Câmara não havia oposição, não havia líder, era 100% governo na primeira gestão de João Paulo. Então articulei uma bancada e fui o primeiro líder da oposição nessa era PT."



"Imprimimos uma marca que não é preciso ficar correndo atrás de governo e ficar bajulando, não sendo necessário estar contra tudo. Apoiamos quando estiver correto e discordarmos quando for identificado algo errado. Com Esse formato e essa coragem de contestar e buscar caminhos diferentes, mudamos a maneira de fazer política e imprimimos uma marca que permanece mesmo depois de já ter disputado quatro eleições."



Disputar o cargo de vereador



"A eleição de vereador é muito difícil por causa da quantidade absurda dos candidatos a vereador, a concorrência é muito grande e todo mundo tem alguém próximo disputando a eleição. É uma eleição corpo a corpo, você conquista os votos um a um e sabe quem são os seus eleitores."



Campanha de prefeito do Recife

"Nós enfrentamos um cenário adverso, começamos em quarto lugar com 4% das intenções de votos, com o apoio de pouco partidos e indo contra duas máquinas, a do PT com o governo federal e com Lula e a o PSB com apoio do governo estado e 14 partidos. Mesmo assim, conseguimos ocupar um espaço e temos a sensação de sucesso, que fortalecemos uma tese e uma proposta, uma maneira de encarar a política contra essa estrutura que está aí formada".

"Essa questão de independência e enfrentamento foi muito presente na campanha desse ano, coisa que começou desde o primeiro mandato de vereador, porém disputar o cargo de prefeito trata direto com a opinião dos eleitores, o voto vem da compreensão das pessoas das propostas. É mais prazeroso disputar eleição para prefeito, pois se mexe mais com a formação de opinião."



Oposição e atuação na Alepe



"A oposição é numericamente pouca em termos de representantes, mas se somarmos os meus votos com os de Mendonça Filho (DEM), chegamos a 30% do eleitorado recifense. Nós podemos ser poucos, mas representamos muitos, um terço da população esta discordando e procura um novo caminho. Com entrada de Terezinha Nunes, a bancada na assembleia vai se fortalecer, pois ela é muito atuante."



"Terezinha Nunes é engajada e entrosada no projeto do PSDB e foi uma das pessoas que colaborou para se fazer essa renovação, mesmo sendo uma pessoa da velha guarda. Mesmo com vários mandados conquistados, nem por isso deixou de abrir espaço para os jovens. O partido apostou isso na Região Metropolitana e em outras cidades do estado, vários políticos jovens conseguiram se eleger vereador nessas eleições."



"Em Pernambuco quase todos os partidos aderiram ao governo do PSB, mas nós mantemos a nível municipal, estadual e federal, nossa postura de contra ponto sem radicalismo, sem querer que o governo dê errado e sem atrapalhar. O PSDB consegue estar na oposição, ser independente, lançar candidato contra PT e PSB, mas depois da eleição nós não queremos atrapalhar. Isso mostra modernidade e é um partido que aposta na renovação."



Participação do PSDB no governo de Pernambuco



"Pedro Eurico está afastado das disputas e das questões políticas eleitorais, não há briga dentro do PSDB e a escolha dele para a secretaria do governo de Eduardo Campos não é uma questão partidária, mas pessoal.", comentou sobre a indicação de Pedro Eurico para a secretaria da Criança e Juventude.



A escolha do PSDB e a política neoliberal de privatizações



"Do ponto de vista da política econômica, o governo do PT é igual ao do PSDB, também se compararmos com o PSB do governador Eduardo Campos, o PSDB não seria neoliberal, pois é muito mais privatizante. O PSB privatizou a saúde em Pernambuco através das instituições como o IMIP e outras."



"A Celpe foi privatizada em uma ação do PSB no governo de Arraes e depois concluída pelo governo de Jarbas (PMDB), mas onde o PSDB governa, ele mantém o controle das empresas de energia. Isso é um chavão que foi utilizado durante um momento, mas perdeu o sentido."



"No Brasil há uma pluralidade muito grande com 34 partidos, mas poucos deles representam alguma coisa. O sentimento que senti ao sair do PV foi de que não iria para essas legendas pequenas, onde as coisas se decidem nas salas em Brasília e em São Paulo. Queria um partido que fosse grande e tivesse várias lideranças."



Mudança da presidência do PSDB

"Aécio irá assumir a presidência do partido para que ele comesse a trabalhar seu nome como candidato a presidente da República. Há sentimento de quase unânime para que ele seja o candidato a presidente da República, mas isso terá que passar pela convenção que acontece no fim de março ou começo de abril."



Candidato a deputado federal

"Existe o sentimento dentro do partido para que eu não dispute a reeleição de deputado estadual, mas para federal em 2014. Essa ideia segue na intenção de renovar o quadro político no qual participamos e que outras pessoas possam disputar o cargo de deputado estadual, aumentando, assim, o espaço do partido aqui na Região Metropolitana e no estado de Pernambuco."

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