Mortes de militantes serão apuradas em audiência

Serão ouvidas testemunhas e relatados casos de três vítimas da ditadura militar

seg, 01/04/2013 - 12:33
Paulo Uchôa / LeiaJáImagens / Arquivo Henrique Mariano é um dos membros da Comissão da Verdade em Pernambuco Paulo Uchôa / LeiaJáImagens / Arquivo

Na próxima quinta-feira (4), a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara - CEMVDHC realizará uma sessão pública com objetivo de apurar as circunstâncias das mortes de três militantes pernambucanos do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). O evento é aberto ao público e acontecerá na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), na cidade universitária, a partir das 9h.

Durante a sessão pública serão ouvidos: Paulo Pontes da Silva (ex-preso político e viúvo de Lourdes Maria Wanderley Pontes); Tereza Cristina Wanderley Corrêa de Araújo, (prima de Lourdes Maria) e Theodomiro Romeiro dos Santos (ex-preso político e primeiro condenado à pena de morte no Brasil). Ele teve a punição comutada para prisão perpétua em 1971, pelo crime contra o sargento da Aeronáutica, Walder Xavier de Lima.

A versão oficial divulgada pelos órgãos de segurança da época foi de que os militantes teriam morrido em intenso tiroteio com os órgãos de repressão no dia 29 de  dezembro de 1972. “Há testemunhas, já ouvidas na Comissão Dom Helder, que afirmam que Fernando Augusto foi morto sob torturas no DOI-CODI de Recife, sendo o corpo levado para o Rio de Janeiro, para compor o cenário do tiroteio. Há também relato de que José Bartolomeu foi assassinado sob tortura no DOI-CODI RJ. Não há ainda informações sobre as circunstâncias reais da morte de Lourdes Maria”, explica Nadja Brayner, uma das relatoras dos casos.

Vingança - Segundo registro contido no livro “Os filhos deste solo”, de autoria de Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio, os militantes do PCBR, teriam sido vitimas de um “Teatrinho de Vingança”. Foi escolhido o dia 29 de dezembro como suposta data das mortes em virtude do aniversário de Theodomiro Romeiro, que ao ser preso no dia 27 de outubro de 1970, junto com Paulo Pontes (viúvo de Lourdes), em Salvador - Bahia,  teria sido o autor do tiro que matou o sargento da Aeronáutica, Walder Xavier de Lima, evitando  desse modo  a prisão de Getúlio de Oliveira Cabral, parceiro militante. 

*Com informações da Assessoria

 

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