Câmara continua o debate sobre espionagem dos EUA

Foram convidados os presidentes da Anatel, da Microsoft Brasil, do Google no Brasil e do Facebook no Brasil e o diretor-geral do Twitter no Brasil

seg, 19/08/2013 - 11:14

A Câmara dos Deputados continua, nesta semana, o debate sobre a espionagem internacional feita pelos Estados Unidos. A discussão é promovida pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Defesa do Consumidor; de Fiscalização Financeira e Controle; de Legislação Participativa; e de Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.

Foram convidados o presidente da Anatel, João Batista de Rezende; o presidente da Microsoft Brasil, Mariano de Beer; o presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho; o presidente do Facebook no Brasil, Alexandre Hohagen; e o diretor-geral do Twitter no Brasil, Guilherme Ribenboim.

Além desses, também devem estar presentes o coordenador do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Virgílio Augusto Fernandes Almeida; o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), José Formoso; o presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), Eduardo Neger; o professor do Departamento de Ciência da Computação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) Gustavo Torres.

O debate será realizado nesta terça-feira (19), às 14h30, no plenário 13.

Depoimento

No início do mês, o jornalista Gleen Greenwald, do jornal britânico The Guardian, que fez as denúncias sobre o monitoramento  dos Estados Unidos, disse que outros documentos ainda serão divulgados. "Tudo o que já foi publicado é uma parte muito pequena perto de todas as informações que tenho", disse ele, em audiência pública conjunta das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado e da Câmara.

Segundo ele, o ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA, sigla em inglês) Edward Snowden passou para ele um montante que pode chegar a 20 mil documentos. E apenas uma pequena parte desses já foi divulgada. "Preciso de muito tempo para ler e entender tudo. Algumas vezes, preciso ler umas sete vezes para entender e até consultar peritos", explicou. "Com certeza, haverá muito mais informações sobre espionagem a serem reveladas, incluindo sobre como estão invadindo o sistema brasileiro", garantiu.

De acordo com o jornalista, a estratégia dos EUA começou a ser usada com fins de guerra. "Tendo acesso a e-mail e ligações telefônicas, eles podem ficar sabendo de tudo o que está acontecendo. Eles podem controlar melhor os países que invadiram", salientou. Isso ocorreu, por exemplo, no Afeganistão e no Iraque, na "Guerra ao Terror", para ficar "sabendo de tudo sobre o inimigo".

O mesmo tem sido feito em outros países, mas não exatamente como tática de guerra, mas como arma para obter informações comerciais e industriais. "Eles estão aumentando para todo o mundo porque acham que quanto mais sabem mais poder têm", frisou.

Ao governo brasileiro, os EUA afirmaram que não têm acesso ao conteúdo dos e-mails e ligações, mas apenas ao registro geral desses - conhecidos como metadados. Mas Greenwald desmente essa informação. “Os documentos que publicamos mostram que eles podem coletar o conteúdo do e-mail, uma lista de pesquisa do Google, o site que está visitando, e até as ligações podem ser invadidas a qualquer minuto", afirmou. Essas informações seriam coletadas e, posteriormente, o governo selecionaria o que seria monitorado.

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