Eugênio entrega oficialmente cargos a Campos

A entrega dos cargos do PSB ao governo federal motivou decisão do PT

por Élida Maria seg, 21/10/2013 - 17:16
Cleiton Lima/LeiaJá/Imagens Eugênio garantiu que em curto prazo, os cargos serão devolvidos Cleiton Lima/LeiaJá/Imagens

Depois de quase três horas de reunião a portas fechadas, entre o presidente estadual do PT, deputado federal Pedro Eugênio e o governador Eduardo Campos (PSB), o PT oficializou na tarde desta segunda-feira (21), a entrega dos cargos ao governo socialista. Na justificativa do petista, a principal motivação para devolução das funções foi a iniciativa primeira do PSB entregar os cargos ao governo federal e também, as recorrentes críticas a gestão da presidente Dilma.

“Nós entendemos que o processo político não só em Pernambuco, mas nacional, evoluiu de tal forma a partir do afastamento do PSB do governo Dilma, através do entrega dos cargos e aliança com Marina, onde críticas muito fortes foram feita ao Partido dos Trabalhadores”, justificou o presidente estadual da legenda, assim que saiu da reunião com o governador. O deputado comentou ainda a questão de independência do PT em relação ao PSB. “A intensificação do discurso que procura diferenciar-se do PT, colocando questões que precisam ser debatidas, tudo isso recomenda que nós tenhamos mais liberdade para atuar”, alegou.

Contextualizando ainda a tal ‘liberdade’ buscada pelos petistas, Eugênio explicou a necessidade de desligamento ao PSB para poder construir um caminho próprio. “Essa liberdade maior requer estarmos fora do governo para não termos nenhum constrangimento e podermos fazer essa discussão com mais tranquilidade com mais liberdade”, esclareceu.

Indagado de como foi a reunião com o futuro presidenciável, Eduardo campos, o parlamentar descreveu o encontro como tranquilo. “A conversa foi muito positiva e, inclusive, marcou nossa postura quanto partido, de mantermos o diálogo com o PSB e com o governo do Estado. Termos este diálogo com interesse do país e do Estado. Não rompemos neste sentido, mas marcarmos esta diferença. Estarmos fora da administração, mas estamos juntos sempre estarmos discutindo de forma elevada, os interesses da população”, prometeu.

Cargos em PE – Apesar de representar o PT em Pernambuco e ser o porta-voz da decisão levada ao governador, Pedro Eugênio não soube destrinchar a quantidade de petistas ligados diretamente ao PSB em Pernambuco. Mas deixou claro que dois municípios devem se desligar definitivamente. “No Estado como um todo, nós decidimos na reunião da direção que nos municípios onde nós tivemos duas candidaturas: uma do PT e outra do PSB se confrontando, e nesses municípios inclui Recife e Paulista nós deveríamos também entregar os cargos. Nos demais municípios, nós vamos analisar caso a caso, a partir da análise que as direções municipais farão”, frisou.

“Não há essa questão de quantos foram entregues. Nós tomamos uma decisão política que os filiados que participam das administrações estadual e municipal deverão entregar os cargos. O processo de saída efetiva depende de um processo de transição porque nós não vamos exigir que as pessoas abandonem determinadas funções que se deixarem vazias poderão estar em prejuízo a população. Portanto este é um processo que tem que se dá sem açodamento e com responsabilidade”, disse.

Sobre os prazos para desligamento definitivo, o petista preferiu não se comprometer, mas afirmou ser em breve. “Não há prazo. Uma coisa dessa ninguém determina prazo. Eu nunca vi isso no país. Temos que ter a clareza que a decisão política foi tomada e isso é a questão importante e que o seu reflexo administrativo se dará num prazo curto”, pontuou.

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