Alencar quer audiência na Câmara para discutir “rolezinho"

Para o deputado, os "rolezinhos" são um grito de alerta para as autoridade

por Giselly Santos dom, 19/01/2014 - 11:54
Abr/Arquivo Os deputados devem analisar o fenômeno no fim do recesso Abr/Arquivo

Depois dos movimentos que tomaram as ruas, em junho passado, agora é a vez dos jovens se reunirem para ocuparem os shoppings. O grito de "vem pra rua", deu lugar ao "vem pro shopping". Os chamados rolezinhos, encontros de adolescentes, nos centros de lazer, são agendados pelas redes sociais, a exemplo das manifestações do ano passado. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) propõe a realização de uma audiência pública conjunta das comissões de Educação; Cultura e Segurança Pública para discutir o assunto.

Os organizadores definem esses atos como um "grito por lazer" e afirmam que não há qualquer intenção ilegal. Ainda assim, viraram alvo de investigações policiais e dividiram a opinião da sociedade. Agora, parlamentares querem debater os rolezinhos na Câmara.

Alencar avalia que, ao contrário das manifestações de junho, os rolezinhos não têm conteúdo político ou de protesto, mas pretendem incomodar. "O que se trata é de criar espaços de lazer, cultura, encontro, oportunidades, para uma população tradicionalmente muito marginalizada e que encontrou nessa novidade, organizada pelas redes sociais, uma maneira de dizer ‘eu estou aqui."

O deputado João Campos (PSDB-GO) concorda que o poder público deve refletir sobre o assunto e, principalmente, garantir locais adequados para lazer e cultura dos jovens. Ele defende, no entanto, o direito dos shoppings de se protegerem de atos que podem afastar clientes ou danificar o patrimônio de lojistas.

"Se começar a ocorrer crimes, danos ao patrimônio público, danos ao patrimônio privado, furtos etc. Aí, inverte-se o papel da polícia. A polícia passa a ter o dever de intervir, o Ministério Público de denunciar, a Justiça de condenar, daí por diante, porque nenhum direito é absoluto."

Novidade

Desde o fim de 2013, jovens têm organizado os rolezinhos pelas redes sociais, principalmente, em shoppings da Grande São Paulo. A primeira iniciativa a ganhar repercussão aconteceu no Shopping Metrô Itaquera, Zona Leste de São Paulo, em 8 dezembro. Algumas lojas fecharam com medo de saques e o centro comercial encerrou o expediente mais cedo.

Agora, há encontros marcados no Rio, em Brasília, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e em Pernambuco. Ao menos três shoppings da capital paulista conseguiram liminares que proíbem os rolezinhos.

Com informações da Agência Câmara

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