Pena dos vereadores pode chegar a 29 anos de prisão

Os crimes atribuídos aos legisladores de Caruaru são de corrupção ativa, passiva e organização criminosa

sex, 14/02/2014 - 10:27

Na manhã desta sexta-feira (14), o delegado Erick Lessa, da Polícia Civil de Caruaru, informou os motivos que desencadearam a Operação Ponto Final 2, que culminou no pedido de prisão de cinco vereadores do município. Os vereadores receberam R$ 30 mil, cada um, em duas parcelas, uma no momento da assinatura e outra após a votação do projeto do BRT (Bus Rapid Transit). Criada a CPI, eles pretendiam extorquir a Prefeitura, para que as investigações não tivessem resultado.

De acordo com o Lessa, os vereadores Evandro Silva (PMDB), Neto (DEM) e Val de Cachoeira Seca, pagaram para que os edis Pastor Jadiel Nascimento (PROS) e Val das Rendeiras (PROS), assinassem a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para analisar um relatório da Controladoria Geral da União (CGU), apontando irregularidades feitas pela Prefeitura de Caruaru. 

O delegado explicou ainda que os vereadores não chegaram a chantagear a Prefeitura, uma vez que foram presos pela Operação Ponto Final 1, antes de instalada a CPI. “Não falaram valores, iam fazer aquele exercício de pressão. É aquela história deles tentando conseguir de alguma forma. Em nenhum momento o poder Executivo cedeu”, ressaltou

As investigações começaram no mês de setembro de 2013, para analisar fatos isolados da Operação Ponto Final 1, que investigava a extorsão de vereadores para aprovar o projeto do BRT. Foi deflagrada em 29 de janeiro de 2014, e concluída na quinta-feira (13), quando o inquérito foi encaminhado para o Ministério Público que terá 15 dias para oferecer a denúncia à Justiça. Os crimes atribuídos aos vereadores são de corrupção ativa, passiva e organização criminosa.

Além da prisão, a polícia pediu o afastamento dos cinco vereadores das funções legislativas, petição concedida pela Vara Criminal do município. “Nós pedimos também outro afastamento desses cinco vereadores e o juiz autorizou. Eles estão também afastados por esse caso. Ou seja, tem o afastamento desse e o afastamento da ação de improbidade (Ponto Final 1). Não tem delimitado dias, é por tempo indeterminado”, explicou Lessa.

Conheça os crimes pelos quais os vereadores são investigados:

Evandro Silva – líder da organização criminosa: indiciado por corrupção ativa e por integrar organização criminosa, podendo ter pena máxima de 29 anos e 3 meses;

Val de Cachoeira Seca - líder da organização criminosa: indiciado por corrupção ativa e por integrar organização criminosa, podendo ter pena máxima de 29 anos e 3 meses;

Neto - líder da organização criminosa: indiciado por corrupção ativa e por integrar organização criminosa, podendo ter pena máxima de 29 anos e 3 meses;

Val das Rendeiras – indiciado por corrupção passiva e por integrar organização criminosa, podendo ter pena máxima de 29 anos e 3 meses;

Pastor Jadiel Nascimento - indiciado por corrupção passiva e por integrar organização criminosa, podendo ter pena máxima de 29 anos e 3 meses.

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