Governo trabalha para evitar nova execução

Um dos caminhos para evitar a execução de Gularte seria a internação num hospital psiquiátrico, já que a família afirma que o paranaense sofre de esquizofrenia

seg, 19/01/2015 - 18:57

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse nesta segunda-feira (19) que o governo fez tudo o que podia para que o brasileiro Marco Archer não fosse executado na Indonésia e que, agora, a preocupação será evitar que o mesmo aconteça com o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, que também está preso no país por tráfico de drogas.

"Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance", afirmou. "A preocupação do governo brasileiro, já que não conseguimos ser exitosos na questão do primeiro executado, é que tenhamos pelo menos a possibilidade de resolver esse caso", afirmou. Questionado se uma nova execução abalaria ainda mais a relação com a Indonésia, Marco Aurélio disse que qualquer comentário seu poderia ser interpretado como uma "ameaça" ao país asiático. "Não quero dar a minha resposta nenhum caráter de ameaça. A preocupação fundamental é salvar uma vida."

O assessor apontou como um dos caminhos para evitar que Gularte seja executado a internação dele num hospital psiquiátrico, já que a família afirma que o paranaense sofre de esquizofrenia. "Essa é a possibilidade que está sendo trabalhada", disse. Questionado se Gularte era mesmo doente, o assessor afirmou ser "leigo" para tratar do assunto, mas que esse era o parecer do médico.

Marco Aurélio também disse que o governo espera pela chegada do embaixador do Brasil na Indonésia, Paulo Alberto da Silveira Soares, para conversar sobre a situação. A presidente Dilma Rousseff ordenou que Soares deixasse imediatamente o país em retaliação à decisão do governo indonésio de executar Archer. Esse é considerado um gesto forte nas relações diplomáticas, sinal de que as relações entre os dois países estão "gravemente abaladas". Segundo Marco Aurélio, não há prazo para a permanência do embaixador no Brasil. "Pode ficar um ano ou dois. Ele foi chamado para consultas mesmo."

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